sexta-feira, 3 de abril de 2020

Dr. Lair Ribeiro - O Sucesso Não Ocorre Por Acaso


Não é por acaso que este livro já foi lido com entusiasmo por mais de meio milhão de pessoas, em mais de 200.000 exemplares vendidos mantendo-se em primeiro lugar durante muitos meses na lista de BEST SELLERS de todo o país. Em linguagem cativante e acessível a todos os leitores, nos ensina a modificar o nosso relacionamento com o mundo, de uma forma tão poderosa que nos torna capazes de obter, na vida, tudo o que almejamos.
A neurolinguística nos ensina que, a cada momento, estamos criando em nosso cérebro a nossa própria realidade. Portanto, realizar seus sonhos e ser bem-sucedido na vida são conquistas que dependem essencialmente de nós mesmos. Mas como chegar lá?
Através de técnicas surpreendentes, ao mesmo tempo simples e sofisticadas, o Dr. Lair Ribeiro nos apresenta os segredos do SUCESSO, revelando novos paradigmas que mexem com nossa maneira de raciocinar e de atuar no universo.
Aumentar a capacidade mental, balancear os dois hemisférios do cérebro, desenvolver positivamente a autoestima, concentrar-se em suas qualidades, aprender a perceber as oportunidades (“o óbvio só é óbvio para o olho preparado”), estabelecer as melhores metas e atingi-las – estes são alguns dos segredos que você aprenderá com este livro e que poderão ser decisivos em sua vida.
  • O Dr. Lair Ribeiro é médico brasileiro radicado nos Estados Unidos desde 1976. Na Universidade de Harvard, além do treinamento médico, desenvolveu estudos em várias áreas da psicologia e adquiriu grande experiência nos campos educativo e empresarial. Autor de diversas publicações científicas, atualmente é professor adjunto da Universidade Thomas Jefferson. Graduado pelo Instituto de Neurolingüística (NLP) de New York e, também, pelo Instituto de Brain Technology de Colorado, é membro ativo das Sociedades Americanas de Programação Neurolingüística  e Treinamento de Pessoal. Seus cursos de expansão da inteligência e desenvolvimento pessoal são de grande sucesso em vários países do mundo, não só quando ministrados ao grande público, como também quando dirigidos a grupos de executivos e empresários. Reconhecido como profissional capaz de simplificar assuntos complexos e encontrar soluções com facilidade, seu entusiasmo e energia são contagiantes. 
  • Esse entusiasmo transmite-se também de seus livros publicados no Brasil, Comunicação Global – A Mágica da Influência e Prosperidade – Fazendo Amizade com o Dinheiro, dois best-sellers consagrados pelo público. 
  • AS LEIS BÁSICAS DO SUCESSO
  • Aprendendo com o Universo  
  • O tempo é o mais persistente dos mestres, só que infelizmente acaba matando todos os seus discípulos.
Você pode ter somente o tempo como mestre e sofrer as consequências advindas da demora, ou acelerar o processo utilizando a experiência alheia.
O mestre dos mestres é, sem dúvida, o próprio Universo. Se você conseguir incorporar na sua estrutura psicológica as Leis Universais, sucesso e sabedoria serão algumas das consequências.

  • O universo é pura inteligência. Ordenado, incapaz de ser criado sozinho, regido por leis imutáveis e soberanas. Estas leis são absolutas na sua essência, interdependentes na sua aplicabilidade, independentes do tempo e espaço onde atuam, dependentes da intenção e consciência divina presentes em cada um de nós. Elas têm como finalidade manter a ordem no caos, o amor no ódio, a sabedoria na ignorância, a saúde na presença da doença, e a eternidade no mais provisório momento. 
  • CAPÍTULO 1
  • A “DIFERENÇA” QUE FAZ A DIFERENÇA
Olhe em torno de você. O lugar onde se sentou para ler este livro, o ambiente, as pessoas, os objetos, suas condições atuais de vida, trabalho, saúde, lazer. Pense em seus amigos, nas condições que cada um deles conquistou, e também nas pessoas em geral, com quem você tem algum contato. Pense em algumas personalidades bem-sucedidas e famosas, que você admira, e percorra com a mente a imagem dessas pessoas e de seu padrão de vida, nos mínimos detalhes. Procure ver os motivos de sua admiração por essas pessoas.
Agora olhe bem dentro de você. Tente perceber como está se sentindo neste exato momento. Como estão indo aqueles sonhos acalentados há tantos anos? Foram realizados plenamente? Parcialmente? Foram “arquivados”? Deram lugar a opções mais “reais”? Foram adiados para alguma ocasião mais propícia? Ou continuam piscando em certos momentos, no painel dos seus pensamentos mais íntimos? Você se sente satisfeito com o que já conquistou na vida? Almeja mais? Acredita nas suas chances? O que está faltando, afinal, para que você consiga ser realmente bem-sucedido?

  • Uma pessoa bem-sucedida não é muito diferente de outra que não consegue o que quer na vida.
  • A distância é muito menor do que parece. 


Figura 1
O sucesso mede-se em centímetros. Veja por exemplo, na figura 1, a chegada de uma corrida de cavalos. O primeiro colocado ganhou um prêmio de 15 mil dólares e, o segundo, de cinco mil dólares. Isso quer dizer que o primeiro cavalo seria três vezes mais rápido que o segundo? Claro que não! Na verdade, se medirmos a diferença da chegada entre eles e dividirmos pelo total da pista, quanto mais rápido o segundo colocado precisaria ter corrido para chegar na frente do primeiro? Quase nada!
Isto significa que uma pequena diferença em desempenho faz uma tremenda diferença no resultado. Daqui a uma semana, todos vão se lembrar do nome do cavalo vencedor e já terão se esquecido do segundo colocado. Mas a diferença entre os dois foi mínima!
Assim é na vida: o profissional que está ganhando três vezes mais do que o outro não está correndo ou fazendo três vezes mais, nem tem o triplo de conhecimento ou de inteligência. A diferença é mínima, mas é A “DIFERENÇA” QUE FAZ A DIFERENÇA. * * *
Se eu perguntasse às pessoas o que é Sucesso, receberia uma série de respostas diferentes. Por isso, vamos dar uma definição que servirá para todo mundo:

  • Sucesso é conseguir o que você quer!
Isso é diferente de Felicidade, que é querer o que já se conseguiu. Para ser feliz você não precisa de mais nada. Basta você estar satisfeito com o que possui; é uma questão de aceitação mental.
Nada impede você de continuar querendo e ambicionando outras coisas. O problema é que as pessoas estão ligando Felicidade ao Sucesso; então a conversa geralmente assim:
- Quando for adulto eu vou ser feliz!
- Quando eu me formar, serei feliz! ...
Quando me casar, quando eles casarem, quando os netinhos nascerem, quando eu me aposentar... e, assim, a vida passa como um gato passando num telhado de zinco quente: a gente só sente o calorzinho.
Este livro não se propõe a ensinar como ser feliz: isso é uma decisão que pertence a cada um. Nós vamos discutir, sim, a Ciência do Sucesso. Parte do que vamos apresentar é baseado nos trabalhos do pesquisador Napoleon Hill, contratado por Andrew Carnegie (provavelmente o homem mais rico de sua época), para uma estranha tarefa. Carnegie encontrou o jovem
Napoleon Hill numa festa, quando este tinha 19 anos, e ofereceu-lhe um trabalho: pesquisar por 25 anos o que havia de comum nas pessoas bem-sucedidas. Ele pensou durante uma semana e finalmente decidiu aceitar a proposta. Quando concluiu seu trabalho, Napoleon Hill lançou um livro cuja edição brasileira recebeu o título A Lei do Triunfo.
Napoleon Hill selecionou, inicialmente, 1.000 milionários e dentre esses escolheu 500 que, além de dinheiro, tinham satisfação pessoal, saúde, bom relacionamento e estado mental positivo. Durante vinte e cinco anos, ele estudou os denominadores comuns destes indivíduos e chegou a uma série de conclusões, que estão incluídas neste livro.

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Sucesso é conseguir o que você quer.
Felicidade é querer o que você conseguiu.
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 Dr. Lair Ribeiro 
O Sucesso Não Ocorre Por Acaso

segunda-feira, 2 de abril de 2018

E-BOOKS - O Pensamento que faz a Diferença - John C Maxwell

  • Uma amiga minha tem duas filhas. Kim, a mais jovem, com 21 anos, candidatou-se à faculdade de farmácia quando estava no colegial. 

No dia em que soube que foi aprovada, sua irmã mais velha, Jennie, de 25 anos, compartilhou a alegria. Kim estava em êxtase, e Jennie contente porque a irmã havia alcançado seu objetivo. Mas também estava com pena dela.

 E disse: "Mamãe, estou com pena da Kim. Ela vai ter de ir à escola por mais quatro anos!"

 Enquanto o pensamento de uma é "acabo de ter a oportunidade de fazer carreira", o da outra é "ela tem de ir à escola por mais quatro anos!". Eis aí a diferença:

 As pessoas bem-sucedidas pensam diferente das malsucedidas.

 Uma irmã ouviu a notícia e ficou entusiasmada porque pensou na carreira compensadora e lucrativa que acabava de se apresentar. A outra pensou apenas no tempo necessário para chegar lá.

"Você é hoje aquilo que os seus pensamentos lhe trouxeram. Você será amanhã aquilo a que seus pensamentos o conduzirem.

Quais são as aptidões do seu pensamento? Ele o ajuda a realizar coisas? Este livro identifica 11 tipos de pensamento que as pessoas bem-sucedidas empregam. Que tipo de pensamento você acredita que aumenta suas oportunidades de sucesso?

1.    Tudo começa com um pensamento
 "A vida consiste naquilo que um homem pensa durante o dia todo."
 - RALPH WALDO EMERSON

 2.    Aquilo que pensamos determina o que somos. Aquilo que somos determina o que fazemos.
 "As ações dos homens são os melhores intérpretes dos seus pensamentos."
 - JOHNLOCKE

 3.    Nossos pensamentos determinam nosso destino. Nosso destino determina nossa herança.
"Você é hoje aquilo que os seus pensamentos lhe trouxeram. Você será amanhã aquilo a que seus pensamentos o conduzirem."
 - JAMES ALLEN

 4.    As pessoas que chegam ao topo pensam de maneira diferente das outras.
 "Nada limita tanto as realizações como pensar pequeno; nada expande mais as possibilidades do que o pensamento sem freios."
 WILLIAM ARTHUR WARD
  • PARTE 1 

 MUDE SEU MODO DE PENSAR E MUDE SUA VIDA 

Capítulo 1  - Compreenda o Valor de Pensar Direito

Qual é a única coisa que todas as pessoas bem-sucedidas têm em comum? Qual é a única coisa que separa os que chega n ao topo dos que parece que nunca chegam lá? A resposta é: Pensar Direito! Aqueles que adotam o modo de pensar correto como estilo de vida compreendem a relação entre seu nível de pensamento e seu nível de progresso. Eles também percebem que, para mudar suas vidas, precisam desafiar o modo como pensam.

 Fui um aluno que pensou direito a vida toda, por isso sei como isso é importante para progredir. No meu primeiro livro, que escrevi em 1979, intitulado Think on These Things, eu disse: "A sua vida de hoje é resultado do seu pensamento de ontem. A sua vida de amanhã será determinada por aquilo que você pensar hoje." O título desse livro foi inspirado pelas palavras do apóstolo Paulo, que nos admoestou:

 Todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são honrosas, todas as que são justas, todas as que são agradáveis, todas as que são recomendáveis, se é que existe alguma excelência, se é que existe algo digno de elogios, pense nessas coisas.

 Meu pai, Melvin Maxwell, sempre mencionava essas palavras para mim, por sentir que eram importantes. Por quê? Porque ele foi um exemplo de alguém que mudou sua vida por ter mudado o modo de pensar.

Se você encontrasse o meu pai, ele lhe diria que nasceu com uma inclinação natural para pensar com negativismo. Além do mais, cresceu na época da Depressão e, quando tinha seis anos, sua mãe morreu. Não foi uma criança alegre nem esperançosa. Quando era adolescente, porém, começou a perceber que as pessoas de sucesso que conhecia tinham uma coisa em comum: elas preenchiam suas vidas com pensamentos positivos a respeito de si próprias e das outras pessoas. 

Ele queria ser tão bem-sucedido quanto elas, e por isso dedicou-se à tarefa diária de mudar o modo como pensava. Para seu deleite, depois de muito tempo e esforço, seu novo modo de pensar fez com que ele mudasse.

 As pessoas que o conhecem hoje vêem-no como uma pessoa totalmente positiva, e se surpreenderiam se descobrissem que ele começou sua vida com uma mentalidade negativa. Essa mudança no seu modo de pensar permitiu-lhe atingir um nível de vida que parecia estar acima do seu potencial. Ele continuou sendo a pessoa mais bem-sucedida no seu meio profissional. Tornou-se diretor de faculdade e foi importante na vida de inúmeras pessoas. Até hoje ele é o meu herói.

 Mudar do pensamento negativo para o pensamento positivo nem sempre é fácil, em especial se você já teve dificuldades com mudanças. 

Para algumas pessoas, essa é uma luta que dura a vida inteira. Você sabe qual é o desafio número um das pessoas quando se trata de fazer mudanças pessoais positivas? E o sentimento. Elas querem mudar, mas não sabem como lidar com as emoções. Há, porém, uma maneira de fazer isso. 
  • Considere a verdade contida no seguinte silogismo:

 Premissa maior. Eu posso controlar os meus sentimentos.
 Premissa menor. Os meus sentimentos vêm dos meus pensamentos.

 Conclusão. Eu posso controlar os meus sentimentos controlando os meus pensamentos.

 Se você deseja mudar seu modo de pensar, então deve ser capaz de mudar seus sentimentos. Se você pode mudar seus sentimentos, pode mudar suas ações. E mudar suas ações - com base no pensamento correto — pode mudar sua vida.
  •  QUEM VAI MUDAR A SUA MENTE?

 A maioria das pessoas em nossa cultura confia aos sistemas educacionais a tarefa de ensiná-las e aos seus filhos a pensar. De fato, muitos indivíduos acreditam que a educação formal é a solução para melhorar a vida das pessoas e reformar a sociedade. James Bryant Conant, professor de química e antigo diretor da Universidade de Harvard, disse o seguinte: "A educação pública é um grande instrumento de mudança social... A educação é um processo social, talvez o mais importante para determinar o futuro do nosso país; ele deveria contar com uma percentagem muito maior da nossa receita nacional."

 Muitos educadores poderiam fazer-nos acreditar que boas notas levam a uma vida melhor e que, quanto mais formal for sua educação, mais bem-sucedido você será. A educação, porém, em geral não pode concretizar essas promessas. Você, com certeza, conhece pessoas muito cultas que são muito malsucedidas. Nunca encontrou professores com títulos de doutor que não conseguem gerenciar suas vidas com eficácia? No entanto, conhece pessoas que abandonaram os estudos e que se saíram muito bem (pense em Bill Gates, Thomas Edison, Federico Fellini, Steve Jobs).

 William Feather, autor de The Business of Life, observou: "A educação superior fomenta duas desilusões: o que é ensinado corresponde ao que é aprendido; o que é ensinado acaba de algum modo gerando dinheiro." O antigo diretor da Universidade de Chic^o, Robert M. Hutchins, observou: "Quando ouvimos rádio, assistimos televisão e lemos jornais, perguntamo-nos se a educação universal tem sido a grande bênção que os seus defensores sempre afirmaram que seria." Talvez estivéssemos em melhor situação se tivéssemos aceitado o conselho de Mark Twain: "Eu nunca deixei que a minha escolaridade interferisse na minha educação."

 O problema com a maior parte das instituições de ensino é que elas tentam ensinar às pessoas o que pensar, e não como pensar. Ao contrário do que disse Francis Bacon, o conhecimento em si mesmo não é poder. O conhecimento tem valor apenas nas mãos de quem tem aptidão para pensar direito. As' pessoas devem aprender como pensar bem para realizar seus sonhos e desenvolver seu potencial.
  • O pensamento que faz a diferença - John C. Maxwell
https://app.box.com/s/4hau0bo3dc6agnjyu80y4d79obvy0cok

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

E-BOOKS - Entre o amor e o silêncio - Babi A. Sette

  • Entre o amor e o silêncio - Babi A. Sette  
  • Resumo
Francesca Wiggs sofreu uma grande decepção amorosa e, desde então, está decidida a não se relacionar mais. Além de se dedicar a escrever o seu livro, ela resolve preencher os dias com um trabalho voluntário – a leitura para pacientes em coma proporcionaria a ela a distância de problemas afetivos. No entanto, um grande imprevisto ocorre quando ela passa a se sentir atraída por um dos pacientes. Mitchell, descrito como um poderoso magnata, seria a antítese de tudo o que ela busca em um homem... se não estivesse em coma. Precisar de alguém inconsciente seria um absurdo, não seria? Amar uma pessoa que nunca responde parece loucura! Francesca já havia entendido e sentia-se quase segura diante disso. Mas e se Mitchell acordasse? A aproximação desses personagens tão diferentes revela um romance encantador e divertido, repleto de reviravoltas. 
  •  Entre o amor e o silêncio - Babi A. Sette 

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

E-BOOK - QUERIDO JOHN (Resumo do livro)

  • Resumo do livro Querido John de (Nicholas Sparks)
Dear John é um livro de 2007 escrito por Nicholas Sparks. O romance mais tarde recebeu uma adaptação para filme com o mesmo nome em 2010.
John Tyree é um jovem incontrolável que ingressa nas forças armadas, depois de passar por uma difícil convivência com seu pai. Ao sair de casa, ele se sente aliviado, mas percebe que o mundo lá fora pode ser tão difícil quanto sua convivência com seu pai. Seu pai vivia em um mundo isolado, quase não falava e seu passatempo era ser um colecionador de moedas.
Depois disso,  em uma visita ao seu pai, ele conhece Savannah Lynn Curtis depois que ele pega a bolsa dela depois de um incidente. Em seguida ele é convidado pela moça para ir junto com seus amigos em um churrasco. Lá os dois fortalecem seus laços e passam a ficar inseparáveis.
John passa a acreditar que essa garota é a mulher de sua vida, porém ele precisa retornar ao exército, depois de ter passado duas semanas em um relacionamento intenso com Savannah. Ela por sua vez, garante que vai esperar por ele depois de seu compromisso com as Forças Armadas.
O que eles não imaginavam é que os atentados terroristas do 11 de setembro iria mudar tudo em suas vidas. John fica em uma situação que precisa escolher, assumir o compromisso com seu país ou ficar com sua amada. A escolha de John pode afetar definitivamente seu relacionamento com Savannah. Como muitos homens e mulheres corajosos, John precisou escolher entre seu amor por Savannah e seu país.
John decide por se alistar por mais dois anos e passa a trocar cartas com sua amada, porém as cartas não mostram mais o amor que eles tinham antigamente, cada dia que passa, as cartas passam a ser escritas com menos frequência. A partir daí eles passam a acreditar que o amor entre eles não é tão intenso para transcender o tempo e mantê-los unidos.
Savannah percebia sempre o comportamento do pai de John e começou a estudar sobre isso, chegando a conclusão de que o pai dele sofria de autismo. E foi ela que procurou ajudar o velho, fazendo com que John entendesse sobre esse problema do autismo e que se aproximasse mais do pai.
Diferentemente das histórias comuns de amor, John e Savannah não são o que podemos considerar almas gêmeas, porém eles criam uma relação admirável, que com o tempo, suas diferenças começam a ganhar força. A distância também passa a ser um fator preocupante. O enredo tem seu melhor momento, quando John, recebe uma carta da garota cheia de sonhos. Esta carta pode ser o que irá mudar tudo na relação entre os dois. Savannah não aguenta a espera e termina com John. E logo ela se casa com o  amigo dele, o Tim.
O pai de John infelizmente morre, mas antes disso John, que voltou com uma licença para cuidar dele, (quando ele tivera um ataque cardíaco) acabou se aproximendo muito de seu pai e tendo-o como o seu melhor amigo.
John procurou por Savannah. Ao revê-la, sentia que ainda a amava muito. Porém ela já estava casada com Tim, que era seu amigo também. No entanto, Tim estava internado pois estava com câncer e Savannah sempre sozinha.
John e Savannah conversaram muito e visitaram Tim. Em um outro dia, Tim ao conversar sozinho com John, disse à ele que percebera que sua esposa ainda amava John. E disse à John que se ele morresse, que seria para ele adorar (amar) Savannah assim como ele a amava. (com isso ele estava dando permissão para que John ficasse com Savannah).
John, porém, se sentiu muito angustiado com isso. Essa permissão o fez se sentir ainda pior porque ele não tinha ido ali para seduzir Savannah ou destruir um casamento.
Então John resolveu se despedir de Savannah, dizendo que Tim iria ficar bem e que tudo iria acabar como deveria. Disse à ela que tinha que ir embora da cidade pois sua licença estava terminando. Mas se aproximou dela e disse:
“Eu te amo, Savannah, e sempre vou te amar”, murmurei. “Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Você foi minha melhor amiga e minha amante, e não me arrependo de um só momento. Você fez eu me sentir vivo de novo, e acima de tudo, você me deu meu pai. Nunca vou me esquecer disso. Você sempre será a melhor parte de mim. Sinto que tenha de ser assim, mas tenho que partir, e você tem que ver seu marido.”
E John relatou:
“Enquanto eu falava, ela soluçava convulsivamente, e continuei a abraçá-la por um longo tempo. Quando finalmente nos separamos, percebi que fora nosso último abraço. Me afastei, olhando nos olhos de Savannah.” “Eu também te amo, John”, ela disse.“Adeus.”
Então John quando estava indo embora, fez uma ligação para o banco e falou com um homem:
“Fechei os olhos, pensando em Savannah e Tim e esperando que, de algum modo, meu pai me perdoasse pelo que estava prestes a fazer. “Sim”, disse ao negociante de moedas. “Na verdade, você pode sim. Quero vender a coleção de moedas do meu pai, e preciso do dinheiro o mais rápido possível.”
John, então, vende a coleção de moedas de seu pai por menos do que valiam (que este colecionava) e depositou o dinheiro em uma conta aberta para o tratamento de Tim, o marido de Savannah.
Com isso, John se sentiu confortável:
“Vendi a coleção porque finalmente compreendi o que o verdadeiro amor realmente significa. Tim havia me dito, e me mostrado, que o amor significava pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não importa quão dolorosa seja sua escolha”.
Tim ficara apenas com uma moeda para lhe trazer sorte, a “cabeça de búfalo” e uma foto de seu pai. John ficou como um doador anônimo e nunca deixou que Savannah soubesse disso.
Mas, para John isso não foi fácil:
“Hoje em dia, levo a vida sentindo que falta algo, que preciso de algum modo tornar minha vida completa. Sei que meu sentimento por Savannah nunca mudará, e sempre terei dúvidas sobre a escolha que fiz”.

  • Sobre o livro:
    Narração em primeira pessoa. John é o próprio narrador e protagonista do livro.
    O autor, Nicholas Sparks, se inspirou em um de seus filmes favoritos, Casablanca, para escrever Querido John. Em Casablanca, o casal se refugia nas memórias do tempo passado na França: “Sempre teremos Paris”, a frase imortalizada por Humphrey Bogart. No romance de Sparks, os namorados têm a lua cheia para lhes trazer consolo: “Eu a vejo sorver a imagem da lua cheia, inundada pelas memórias libertas, não desejando nada além de fazê-la saber que estou aqui. No entanto, fico onde estou e também olho para a lua. Por um breve instante, é como se estivéssemos juntos de novo”.
 

Assista o Filme: 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Dale Carnegie - Como fazer amigos e influenciar pessoas.

  •  Informação biográfica sobre Dale Carnegie
    Numa fria noite de janeiro de 1935, a despeito do clima, duas      mil e quinhentas pessoas estavam reunidas no grande salão de baile do Hotel Pensilvânia, em Nova York. As 7,30 já não havia mais uma cadeira vazia. As 8 horas ainda entrava gente. 0 espaçoso balcão desde cedo estava literalmente cheio; mesmo para ficar em pé, os lugares eram disputados como prêmios. Centenas de pessoas, depois de um dia cheio de atividades nos negócios, ficaram em pé, durante uma hora e meia, nessa noite. E para que isso? Para assistir a quê?...Um desfile de modas? Uma dessas corridas de bicicletas que duram seis dias ou uma apresentação pessoal de Clark Gable? Nada disso. Toda essa gente havia sido atraída por um  simples anúncio de jornal. Nas duas noites anteriores, quando compraram o New York Sun, depararam com um anúncio de página inteira:     
    • APRENDA A FALAR EFICAZMENTE - PREPARE-SE PARA DIRIGIR    
    Nada de novo? Sim, mas, acreditem ou não, na mais sofisticada terra do mundo, durante o período da crise, com 20%  da sua população recebendo auxílio dos cofres públicos; 2.500  pessoas deixaram seus lares e correram para o Hotel Pensilvânia atendendo ao convite do anúncio. As pessoas que atenderam ao convite eram da mais alta camada econômica - dirigentes, empregadores, profissionais. Mulheres e homens compareceram para ouvir a abertura de um curso ultramoderno e ultra-prático sobre "Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios" - curso  dado pelo Dale Carnegie Institute of Ef fective Speaking and  Human Relations (Instituto Dale Carnegie de Fala Eficaz e Relações Humanas). Por que se achavam lá estes 2.500 homens e mulheres? Porque se tornava mister mais educação devido à crise? Aparentemente não, pois tais cursos já eram dados em casas cheias na cidade de Nova York nos últimos 24 anos. Durante este tempo, mais de 15 mil profissionais e homens de negócios foram treinados por Dale Carnegie. Mesmo as grandes, as céticas e conservadoras organizações como a Westinghouse Electric & Manufacturing Company, McGraw-Hill Publishing Company, Brooklin Union Gas Company, Brooklin Chamber of Commerce, American Institute of Electrical Engineers e a New York Telephone Company tiveram tal treinamento realizado dentro dos seus próprios escritórios em benefício dos seus funcionários e diretores. O que não resta dúvida é que o fato de virem, estes homens, que deixaram as escolas primárias, secundárias e alguns até as superiores, dez ou vinte anos atrás, à procura de tal treinamento, é uma prova evidente das chocantes deficiências do nosso sistema educacional.     
    O que desejam os adultos estudar realmente? Eis uma pergunta de tão grande importância que, para responder a ela, a Universidade de Chicago, a Associação Americana para Educação dos Adultos e as escolas da A.C.M. realizaram um estudo que  durou dois anos.     
    Este estudo revelou que o primeiro interesse de um adulto é a saúde. Também demonstrou que o segundo interesse reside no desenvolvimento de sua habilidade nas relações humanas; os adultos querem aprender a técnica para prosperar e para influenciar pessoas. Não desejam ser tribunos populares; e não querem, sobretudo, ouvir elevadas palestras sobre psicologia. Querem apenas sugestões que possam empregar imediatamente nos contatos comerciais, sociais e no lar. Eis o que adultos desejavam aprender. Não era? "Está bem", disseram os encarregados do estudo. "Se é isso o que eles desejam, nós lhos daremos." Buscando um livro didático que pudesse auxiliar os adultos na solução dos problemas diários no seu convívio humano, viram que tal livro jamais fora escrito. Eis um fato curiosíssimo: 0 grego, o latim e as altas matemáticas têm sido motivo, por centenas de anos, de livros e mais livros - assunto a que a média dos indivíduos não dá sequer dois minutos de atenção. Mas um assunto sobre o qual há sede de aprendizagem, uma verdadeira paixão por orientação e ajuda. Este fato explica facilmente a razão por que 2.500 adultos se comprimiam no grande salão de bailes do Hotel Pensilvânia,       atendendo apenas a um simples anúncio de jornal. Aí, aparentemente, oferecia-se o que há muito eles buscavam. Crentes de que o conhecimento por si só seria o "abre-te sésamo" para as compensações financeiras e profissionais, fatigaram-se, no passado, sobre os livro das diversas escolas que frequentaram. Dentro de poucos anos, porém, o contato rude e atordoante dos negócios deu-lhes a experiência necessária que desfez tal      ilusão. Viram, no contato cotidiano, alguns dos maiores êxitos no campo comercial serem conseguidos por homens que possuíam, além dos conhecimentos, habilidade para falar bem, para convencer os outros do seu modo de pensar e para "vender", eles próprios, as suas ideias.       Cedo descobriram que, para quem aspira a "usar o quepe de comandante" e dirigir a nau dos negócios, - personalidade e habilidade no falar são mais importantes que o conhecimento dos verbos latinos ou um diploma da Harvard.     
    O anúncio do New York Sun prometia que a reunião no Hotel Pensilvânia seria muito interessante. E foi .. Dezoito antigos alunos foram alinhados diante do alto-falante - e a quinze deles foram dados precisamente 75 segundos, a cada um, para que narrassem suas histórias. Passados 75 segundos de conversação o gongo soava e o presidente dizia: "Tempo! Venha o orador seguinte". A reunião teve uma movimentação rápida, assemelhando-se à passagem de uma manada de touros por uma planície. Os espectadores permaneceram durante uma hora e meia atentos aos relatos feitos. Os oradores apresentados constituíam bem uma seção completa da vida comercial americana: um diretor de lojas reunidas      (chain-stores); um padeiro; o presidente de uma Associação Comercial; dois banqueiros; um agente de seguros; um contador; um dentista; um arquiteto; um farmacêutico, que viera de Indianápolis à Nova York somente para seguir o curso; um advogado vindo de Havana com o fito exclusivo de se preparar para fazer um discurso importante em três minutos. O primeiro orador usava o nome irlandês Patrick J. O'Haire. Nasceu na Irlanda, esteve na escola apenas durante quatro anos, emigrou para a América do Norte, onde trabalhou como mecânico e depois como motorista. Aos quarenta anos, sua família foi crescendo e, na mesma proporção, as suas necessidades monetárias; experimentou ser vendedor de caminhões. 
    Sofrendo de terrível complexo de inferioridade que o consumia, em sua própria apreciação, antes de conseguir a coragem necessária para empurrar a porta do escritório onde ia pedir emprego como vendedor, teve que andar para cima e para baixo, no passeio fronteiro, uma meia dúzia de vezes. Estava tão desanimado como vendedor que já pensava em retornar ao trabalho manual numa oficina mecânica, quando recebeu uma carta convidando-o para uma reunião do Instituto Dale Carnegie. Relutou em comparecer. Temia fosse encontrar-se com um grupo de homens que tivessem frequentado escolas superiores. Sentia-se fora do seu meio. Uma frase de sua aflita esposa o teria feito mudar de ideia: "Pat, isso pode trazer-lhe alguma melhora. Deus sabe que você necessita". Finalmente dirigiu-se para o local da reunião e só depois de cinco minutos de hesitação conseguiu a coragem necessária para levá-lo até dentro da sala. As primeiras poucas vezes que tentou falar, ficou completamente aturdido pelo receio. Com as semanas que se passaram, perdeu todo o receio e logo sentiu até prazer quando se apresentava uma oportunidade para falar, mormente se isso acontecia perante uma assistência grande. Foi-se também o seu medo das      pessoas e de seus superiores. Apresentou-lhes suas ideias e em breve estava se destacando dentro do departamento de vendas. Tornou-se um membro da companhia valioso e querido.
    Esta noite no Hotel Pensilvânia, Patrick O'Haire, de pé, na frente de 2.500 pessoas, falou com brilhantismo, conseguindo interessar todo o auditório, misturando sempre um pouco de humorismo que provocou ondas de risos na assistência, enquanto narrava a história de suas dificuldades. Poucos oradores profissionais poderiam igualá-lo. 0 orador que se seguiu, Godfrey Meyer, era um banqueiro de cabeça grisalha e pai de onze filhos. A primeira vez que tentou falar na classe ficou inibido, totalmente mudo. Seu cérebro recusou-se a funcionar. Sua história é uma demonstração cabal de como a direção gravita em torno de um homem que sabe expressar-se bem. Trabalhava em Wall Street e durante vinte e cinco anos morou em Clifton, Nova Jersey. Durante este tempo, nunca tomou      parte ativa nos negócios da sua comunidade e conhecia cerca de 500 pessoas. Pouco depois de matricular-se no Curso Carnegie recebeu aviso para pagamento de imposto. Ficou furioso, pois o julgara absurdo. De ordinário, costumava, ao chegar em casa, sentar-se e fumar, ou então fazer os seus galos brigarem com os dos vizinhos. Mas, em vez disto, nessa noite pôs o chapéu, rumou para uma reunião na cidade e resolveu expandir em público as suas queixas. Depois de ouvirem o seu desabafo de indignação, os cidadãos de Clifton, Nova Jersey, resolveram fazê-lo candidato ao Conselho da Cidade. E assim ele passou semanas, de reunião em reunião, denunciando os gastos e as extravagâncias de sua comunidade. Havia 96 candidatos em campo. Quando os votos foram contados, o nome de Godfrey Meyer estava em primeiro lugar. Numa noite tornara-se uma figura popular entre 42 mil habitantes da municipalidade.       Como resultado de seus discursos, fizera oitenta vezes mais amigos em seis semanas do que havia conseguido nos 25 anos anteriores. E o seu salário como conselheiro significava que conseguira um retorno de mil por cento ao ano sobre seus investimentos no curso de Carnegie. 0 chefe de uma grande Associação Nacional de Fabricantes de Alimentos foi o terceiro orador. Descreveu as suas dificuldades cada vez que era obrigado a levantar-se diante do Conselho de Diretores da organização e expor suas ideias durante uma reunião. Como resultado de haver aprendido a pensar por si mesmo, aconteceram duas coisas surpreendentes. Foi logo escolhido presidente da Associação e, neste mister, obrigado a discursar em reuniões que se realizaram por toda parte dos Estados Unidos. Trechos de seus discursos foram irradiados pela Associated Press e publicados nos jornais e revistas comerciais do pais. Em dois anos, depois de aprender a expressar-se, conseguiu mais publicidade gratuita para sua companhia e seus produtos do que quando gastava mais de um quarto de milhão de dólares em anúncios. 0 orador confessou que, por vezes, antigamente, tinha receio de telefonar para alguns dos mais importantes comerciantes em Manhattan e convidá-los para almoçar consigo. Mas, devido ao prestígio que os discursos lhe deram, hoje estes homens telefonam convidando-o para almoçar e pedem desculpas por estarem tomando o seu tempo.     
    A facilidade de expressão é meio caminho andado para a distinção. Põe o indivíduo em foco, eleva seus ombros e sua cabeça acima da multidão. E o homem que sabe falar bem consegue, em geral, ainda mais crédito do que realmente possui.     
    Um movimento pró-educação dos adultos invadia toda a nação; e a força mais espetacular naquele movimento foi Dale Carnegie, o homem que no mundo ouviu e criticou discursos de adultos mais que outro qualquer. Segundo Ripley, numa de suas caricaturas sobre coisas incríveis (Believe-it-or-not), Carnegie criticou 150 mil discursos. Se este número gigantesco não lhe causa grande impressão lembre-se de que significa um discurso      para cada dia desde que Colombo descobriu a América, ou,       esclarecendo com outras palavras, se cada homem que falou diante de Carnegie gastou apenas três minutos e se a apresentação dos oradores se fez sem interrupção, Dale Carnegie terá levado um ano 'inteiro, noite e dia, escutando discursos de adultos.
    A própria vida de Dale Carnegie, cheia de profundos contrastes, foi um edificante exemplo do quanto pode um homem conseguir quando está obcecado por uma ideia original e luta com entusiasmo. Nascido numa fazenda de Missuri, distante dez milhas da estrada de ferro, até os doze anos de idade nunca vira um bonde; aos 46 anos, porém, tornaram -se para ele familiares os mais longínquos recantos da Terra, de Hong-Kong a Hammerfest; e, certa vez, esteve mais próximo do Polo Norte do que os postos do Almirante Byrd, na Pequena América, do Polo Sul. Este rapaz de Missuri que apanhava morangos e catava mariscos por cinco centavos a hora, percebe agora um dólar em cada minuto que dá de treinamento aos diretores das grandes corporações, na arte de expressar-se. Este rapaz que joi "cowboy" e que certa feita tangeu o gado, amansou bezerros e saltou cercas na ocidental Dacota do Sul, mais tarde foi a Londres e teve sob suas ordens todas as apresentações de Sua Alteza Real o Príncipe de Gales... Este jovem, que foi um completo fracasso na primeira meia dúzia de vezes que tentou falar em público, tornou-se mais tarde meu gerente pessoal... Grande parte de meus sucessos devo aos ensinamentos de Dale Carnegie.
    Carnegie teve de enfrentar séria luta para educar-se, pois a má sorte que sempre batia às portas da velha fazenda do Missuri, obrigando a mudanças inesperadas, tudo dificultava. Todos os anos, o rio "102" crescia, destruindo o milho e levando o feno. Inverno após inverno os porcos, já gordos, adoeciam e morriam vítimas da cólera, os preços caíam no mercado para bovinos e muares, e o banco ameaçava executar a hipoteca. Vencida pelo desânimo, a família vendeu a fazenda e comprou outra perto do Teacher's College do Estado, em War-rensburg, Missuri. Casa e comida podiam ser conseguidas na cidade por um dólar diário; mas o jovem Carnegie nem disto podia dispor. Assim continuou na fazenda e diariamente vencia à cavalo as três milhas de distância para vir ao colégio. Em casa ordenhava as vacas, rachava lenha, dava alimento aos porcos e estudava verbos latinos à luz de um candeeiro de querosene até que os olhos ficassem congestos e começava a cochilar. Quando ia deitar-se à meia-noite, colocava o despertador para as três da madrugada... Seu pai criava porcos de raça Duroc-Jersey - e era perigoso, durante as noites mais frias do inverno, deixar que os porquinhos mais novos se resfriassem, pois morreriam todos; por isso eram postos numa cesta, cobertos com um saco grosso e colocados perto do fogão. Fiéis à sua natureza, os porquinhos exigiam uma refeição às três horas da manhã. Assim, quando o despertador tocava, Dale Carnegie enfiava os chinelos e, rápido, tomava a cesta e a levava para a mãe dos porquinhos, que já a esperava. Depois, novamente, trazia-os para se aquecerem junto ao fogo. Havia no Teacher's College 600 estudantes, e Dale Carnegie fazia parte da meia dúzia que não podia morar na cidade. Sentiu-se diminuído pela sua pobreza que o obrigava a voltar todos os dias para a fazenda, a fim de ordenhar as vacas. Envergonhava-se do seu casaco que era apertadíssimo, e das suas calças muito curtas. Um complexo de inferioridade ia rapidamente tomando conta de si, quando resolveu buscar um meio qualquer que o conduzisse à distinção. Descobriu com facilidade a existência no colégio de grupos que se destacavam, desfrutando prestígio e influência - os jogadores de futebol e beisebol e os que venciam os concursos de debates e de oratória. Reconhecendo que não tinha queda para os esportes, decidiu esforçar-se para vencer nos concursos de oratória. Levou meses preparando seus discursos. Praticou quando, sentado na sela, galopava na ida e volta para o colégio; praticou o modo de se expressar até mesmo quando tirava leite; quando removia um      fardo de feno no celeiro, falava com ênfase e largueza de gesto, para os pombos assustados, acerca dos temas do dia. Mas, apesar de toda sua dedicação e preparo, Carnegie experimentou derrotas sobre derrotas.       Tinha nessa época 18 anos e era sensível e orgulhoso. Tornou-se tão desanimado, tão deprimido que chegou a pensar mesmo no suicídio. E então, repentinamente, começou a vencer. Não um concurso, mas todos      os concursos que se realizaram no colégio. Outros estudantes pediram-lhe que os treinasse; e venceram também. Antes de graduar-se pelo Teacher's College iniciou a venda de cursos por correspondência para os rancheiros dos morros arenosos do ocidente de Nebrasca e do Wyoming oriental.       Apesar de todo o seu entusiasmo e energia sem limites não pôde graduar-se. 0 desânimo o invadiu de tal modo que foi para um quarto de hotel em Aliança, Nebrasca: ao meio-dia, atirou-se na cama e chorou desesperadamente. Desejou ardentemente voltar para o colégio, desejou ardentemente retirar-se da luta da vida; mas não pôde. Resolveu, então, seguir para Omaha do Sul, e procurar outro emprego. Não tendo dinheiro suficiente para comprar uma passagem, viajou num trem de carga, servindo alimento e água em dois carros de cavalos bravios em troca da licença para viajar. Saltando em Omaha do Sul conseguiu um emprego de vendedor de bacon, toucinho e sabão para a Armour and Company. Sua zona de ação foi escolhida entre as "Bad Lands" e os campos dos índios e das vacas, na parte ocidental de Dacota do Sul. Percorria tal zona em trens de carga, em diligências, montando a cavalo, dormindo nos mais rudimentares hotéis, onde a única separação existente entre os quartos era um lençol de musselina. Estudou livros sobre vendas, montou em poltros bravos, jogou pôquer com brancos renegados (casados com índias) e aprendeu como ganhar dinheiro. Quando o proprietário de uma venda não podia pagar em dinheiro a importância do toucinho e dos sabões, entregava uma dúzia de pares de sapatos a Dale Carnegie, que os vendia aos empregados da estrada de ferro e assim conseguia aumentar os pedidos da Armour and Company. Muitas vezes viajou nos trens de carga centenas de milhas por dia. Quando o trem parava para descarregar, corria até a cidade, procurava três ou quatro fregueses e tomava seus pedidos; quando a locomotiva apitava vinha às pressas ruas abaixo outra vez, ligeiro como um raio, até a estação, onde tomava o trem já em movimento. Dentro de dois anos conseguiu elevar um território improdutivo, que se achava no 52.° lugar, à primeira linha entre as 29 rotas que constituíam o campo comercial Omaha do Sul.
    A Armour and Company resolveu oferecer-lhe uma promoção, dizendo-lhe: "0 senhor conseguiu o que nos parecia impossível". Dale recusou a promoção, ainda mais, demitiu-se e veio para Nova York estudar na Academia Americana de Artes Dramáticas, realizando uma "tournée" pelo país, representando o papel do Dr. Hartley na peça Polly of the Circus. Não seria nunca um Booth ou um Barrymore. Teve o bom      senso suficiente para reconhecer isto. Assim, voltou novamente ao trabalho de vendas. Conseguiu um lugar na distribuição de automóveis da Packard Motor Car Company. Não conhecia coisa alguma sobre máquinas, pois nunca havia lidado com elas. Sentindo-se terrivelmente desambientado, teve que se disciplinar para a sua missão de todos os dias.     
    Aspirava a ter tempo para estudar, para escrever o livro com que sonhara no colégio. Resolveu demitir-se... Passaria os dias escrevendo novelas e contos e sustentar-se-ia ensinando numa escola noturna. Ensinar o quê? Quando olhou para trás e avaliou o trabalho colegial, viu que seu treino no expressar-se em público lhe dera muito mais confiança, coragem, equilíbrio e habilidade para lidar com as pessoas no comércio do que      todos os cursos juntos recebidos na sua vida escolar. Assim, dirigiu-se as escolas da A.C.M., em Nova York, pedindo uma oportunidade para dirigir cursos, na arte de expressar-se, destinados a homens de negócios.       Quê? Transformar negociantes em oradores? Absurdo. Eles sabiam. Haviam tentado tais cursos e os mesmos constituíam      verdadeiros fracassos. Não quiseram pagar-lhe o salário de dois dólares por noite. Concordou em ministrar os cursos na base de comissões, tirando uma porcentagem dos lucros - se houvesse lucros, é claro. E dentro de três anos estavam pagando a Dale Carnegie na base de trinta dólares por noite -- em vez de dois dólares, como pretendera. 0 curso aumentou. Outras escolas da mesma organização, em cidades diferentes, tiveram notícias do acontecimento. Dale Carnegie logo se tornou o itinerante glorificado de um circuito, atendendo Nova York, Filadélfia, Baltimore e, mais tarde,       Londres e Paris. Todos os livros didáticos eram muito acadêmicos e muito pouco práticos para os comerciantes que enchiam os seus cursos. Isso não o intimidou. Sentou-se, escreveu um livro intitulado "Public Speaking and Influencing Men in Business", hoje o livro oficial em todas as escolas da A.C.M., bem como nas da Associação de Banqueiros Americanos e da Nacional Credit Men's Association. Dale Carnegie assegurava que qualquer homem pode falar quando está irritado. Afirmava que, se desferirem um golpe no queixo do homem mais ignorante da cidade e e jogarem-no no chão, ele se levantará e falará com uma eloquência, um ardor e uma ênfase que só seria igualada por William Jennings Bryan, nos seus dias áureos. Assegurava que quase todo homem pode falar em público, aceitavelmente, se confiasse em si mesmo e tivesse uma ideia fervendo-lhe o cérebro.     
    0 caminho para conseguir a autoconfiança, disse ele, é fazer as coisas que teme realizar e tomar nota das experiências coroadas de êxito, que vão ficando atrás. Assim, obrigava todos os estudantes a falar em cada aula do seu curso. A assistência é simpática. Todos são do mesmo barco, e, pela prática constante, desenvolvem a coragem, a confiança e entusiasmo que os levam a não sentir mudança nenhuma quando têm de falar nas reuniões sociais. Dale Carnegie mostrar-lhe-ia que tinha vivido todos estes anos, não a ensinar às pessoas a arte de se expressar - acontecimento meramente acidental, - mas sim que sua missão tinha sido ajudar homens a vencer seus receios e desenvolver a coragem. A principio apenas dirigia cursos para expressão em público, mas os estudantes que vieram eram comerciantes. Muitos deles não viam o interior de uma escola havia mais de trinta anos. Outros pagavam todas as suas mensalidades no momento da inscrição. Queriam resultados. E queriam rapidamente resultados que pudessem aplicar no dia seguinte nos encontros comerciais ou diante de outros grupos. Deste modo, foi forçado a ser rápido e prático. Consequentemente, desenvolveu um sistema de treinamento que é único - uma admirável combinação de facilidade de expressão, vendas, relações humanas e psicologia aplicada. Um escravo das regras que não são rápidas e difíceis, desenvolveu um curso que marca como o sarampo e duas vezes mais interessante que qualquer outro. Quando as classes terminavam, os homens costumavam formar clubes e continuavam a reunir-se quinzenalmente durante anos seguidos. Em Filadélfia um grupo de homens reunia-se duas vezes por semana durante o inverno, isto há 17 anos. Havia outros que dirigindo os seus carros percorriam 50 a 100 milhas para frequentar os seus cursos. Havia um estudante que vinha semanalmente de Chicago a Nova York. 0 Prof. William James, de Harvard, costumava dizer que o homem médio desenvolve apenas dez por cento da sua habilidade mental latente. Dale Carnegie, ajudando homens e mulheres de negócios a desenvolver suas possibilidades latentes, criou um dos mais significativos movimentos na educação dos adultos. 
    •  E-BOOK - COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS 
    • (Dale Canegie)
    http://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2015/09/e-books-como-fazer-amigos-e-influenciar.html

    E-BOOKS - COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS (Dale Canegie)

    • Nove sugestões para conseguir o máximo deste livro
         1. Se deseja obter o máximo deste livro, há um requisito indispensável, essencial e infinitamente mais importante do que qualquer regra ou técnica. A menos que este requisito fundamental seja observado, um milhar de regras de como estudar terá pequeno valor. E se você contar com este dom essencial, poderá conseguir maravilhas sem ler quaisquer outras sugestões para obter o máximo de um livro.
         Que mágico requisito é este? Apenas o seguinte: um profundo e dinâmico desejo de aprender, uma vigorosa determinação para aumentar sua habilidade no trato com as pessoas.
         Como poderá desenvolver tal desejo? Tenha sempre em mente a importância de tais princípios para você. Considere como o domínio sobre eles o ajudará na condução de uma vida mais gratificante, feliz, plena e valiosa.
         Repita sempre para si mesmo: "Minha popularidade, minha felicidade e meu senso de valor dependem sobretudo da minha habilidade no tratar as pessoas".
         2. Leia cada capítulo rapidamente para ter um apanhado geral do mesmo. Por certo, será tentado a passar apressadamente para o capítulo seguinte. Mas não faça isso. A menos que esteja lendo por mero passatempo. Mas, se estiver lendo porque deseja melhorar sua capacidade nas relações humanas, então volte e releia inteiramente cada capítulo.  Cedo ou tarde, isso significará ganhar tempo e obter resultados.
          3. Pare frequentemente na leitura para meditar sobre o que está lendo.  Pergunte a si mesmo como e quando poderá aplicar cada sugestão.
          4. Leia com um lápis, um creyon vermelho, uma caneta  ou um marcador na mão. Quando deparar com uma sugestão  que sinta poder ser aplicada por você, dê um traço ao lado dela.
         Se for uma sugestão muito boa, então sublinhe cada sentença ou marque-a com "xxx". Marcando e sublinhando um livro, fica mesmo mais interessante, e muito mais fácil para uma releitura rápida.
         5. Conheci uma senhora que ocupou durante quinze anos o posto de diretora do escritório de uma grande companhia de seguros. Ela lia mensalmente todos os contratos de seguro feitos pela sua companhia. Sim, todo ano ela lia mensalmente os mesmos contratos.
         Por quê? A experiência lhe ensinara que     aquele era o único meio pelo qual podia ter claramente no cérebro todas as condições dos mesmos.
         Certa feita passei quase dois anos escrevendo um livro sobre discursos em público; e por várias vezes fui obrigado a voltar, de tempos em tempos, para relembrar o que escrevi no meu livro. A rapidez com que esquecemos é assombrosa.
          Assim, se quiser obter deste livro um benefício real e decisivo, não pense que passar apenas uma vez superficialmente por ele será suficiente ... Depois de lê-lo inteiramente, deve levar algumas horas relendo-o, todos os meses.
          Coloque-o na sua mesa, bem a sua frente, todos os dias. Passe uma vista d'olhos nele muitas vezes. Procure convencer-se constantemente das grandes possibilidades para melhoria que ainda se acham abandonadas... Lembre-se de que o emprego destes princípios       tornar-se um hábito por meio de uma constante e vigorosa campanha de revisão e aplicação. Não há outro caminho a seguir.
         6. Bernard Shaw frisou certa vez: "Se ensinardes alguma a um homem, ele nunca aprenderá". Shaw estava certo.
          Aprender é um processo ativo. Aprendemos fazendo.
          Por isso, se deseja aplicar os princípios que está estudando neste
          livro, faça alguma coisa sobre eles.
          Aplique estas regras em todas as oportunidades que tiver. Se não fizer isto, esquecê-las-á rapidamente. Apenas o conhecimento que é empregado permanecerá em sua mente.
         Você encontrará dificuldades para aplicar estas sugestões todas as vezes. Sei disto porque escrevi o livro, e muita vez encontro dificuldades para usar as coisas que aconselhei. Por exemplo, quando estiver aborrecido, é muito mais fácil criticar e condenar do que procurar entender o ponto de vista alheio.
         Frequentemente é mais fácil descobrir erros do que motivos para elogio. E mais natural falar sobre o que lhe interessa do que sobre o que outra pessoa deseja. E assim por diante. Por isso, quando ler este livro, lembre-se de que não está apenas experimentando adquirir informações.
         Está tentando formar novos hábitos. E. sim, está tentando uma nova maneira de viver.
         E tal coisa requer tempo e persistência, além de aplicação diária.
          Assim, reporte-se sempre a estas páginas. Encare-as como um manual prático sobre todas as relações humanas; e todas as Vezes que estiver diante de um problema específico - como conseguir alguma coisa de uma criança, conquistar a esposa para o seu modo de pensar ou satisfazer um freguês irritado - hesite em fazer a coisa natural, a coisa impulsiva... Esta atitude é, às vezes, errada. Ao invés disso, volte a estas páginas e reveja os parágrafos que você sublinhou.
          Experimente, então, os novas caminhos e deixe-os completar a mágica por você.
         7. Ofereça à sua esposa, a seu filho ou a algum dos seus sócios uma moeda de dez centavos ou uma nota de um dólar cada vez que ela ou eles o apanharem violando um determinado princípio. Faça um jogo divertido da aplicação destas regras.
         8. 0 presidente de um importante banco de Wall Street descreveu, certa feita, num discurso diante de uma das minhas classes, um sistema altamente eficiente por ele usado para auto-desenvolvimento.
         Este homem esteve muito pouco tempo na escola, entretanto é agora um dos mais importantes financistas da América. Confessou que devia muito do seu sucesso à constante aplicação do seu sistema particular. Eis o que ele faz.
         Procurarei repetir as suas próprias palavras tanto quanto a memória me ajudar.
         "Há anos mantenho uma agenda onde anoto todos os compromissos que tenho durante o dia.
         Minha família nunca faz     quaisquer planos para mim nas noites de sábado, pois sabe que eu dedico parte de tais noites ao processo de exame de consciência, revisão e avaliação.
         Depois do jantar despeço-me, abro     minha agenda e relembro todas as entrevistas, discussões e reuniões que tiveram lugar durante a semana. Pergunto a mim mesmo:
         "Que erros cometi durante este tempo?
         "0 que fiz estava correto? Em que podia eu ter melhorado meu desempenho?
         "Que lições posso tirar desta experiência?
         "Muitas vezes, nesta revisão semanal, acho-me muito infeliz.
         Espanto-me frequentemente com meus próprios erros. Naturalmente que com o passar dos anos os erros se tornam cada vez menos comuns. Algumas vezes, agora, inclino-me a dar-me os parabéns depois de uma dessas reuniões. Este sistema de auto-análise, auto-educação, ano após ano, tem feito mais por mim do que qualquer outra coisa que já tentei.
         "Tem-me ajudado a melhorar minha capacidade de tomar decisões e tem-me auxiliado enormemente em todos os contatos com as pessoas. Não posso recomendá-lo senão com muito entusiasmo!"
          Por que não usar um sistema similar para tomar nota da sua aplicação dos princípios discutidos neste livro? Se você fizer isto, resultarão duas coisas:
          Primeiro, você estará seguindo um processo educacional que é tão empolgante como inestimável.
          Segundo, você reconhecerá que sua habilidade para estar  e tratar com as pessoas crescerá consideravelmente.
         9. Você encontrará, no fim deste livro, um diário - um diário no qual deve anotar todos os seus triunfos na aplicação de tais princípios. Seja minucioso. Anote nomes, datas e resultados.
    Caso o esteja lendo um E-book, faça-o num caderno ou agenda, mas anote.
    • OITO COISAS QUE ESTE LIVRO FARÁ POR VOCÊ
    1) Tirá-lo-á da rotina mental, dando-lhe novos pensamentos, novas visões, novas ambições.
    2)  Facilitar-lhe-á fazer amigos rápida e facilmente.
    3)  Aumentará sua popularidade.
    4)  Ajudá-lo-á a conquistar pessoas para o seu modo de pensar.
    5) Aumentará sua influência, seu prestígio, sua habilidade em conseguir as coisas.
    6) Ajudá-lo-á a resolver queixas, evitar discussões e manter seus contatos humanos agradáveis e suaves.
    7) Torná-lo-á um melhor orador, um conversador mais interessante.
    8) Ajudá-lo-á a despertar o entusiasmo entre os seus companheiros. 
    •   Dale Carnegie - Como fazer amigos e influenciar pessoas
            Informação biográfica sobre Dale Carnegie

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    terça-feira, 12 de setembro de 2017

    MUNDO - Ideias de Canário - Machado de Assis





    • Rio de Janeiro, ano 2127
    O professor Macedo entra por acidente em uma loja de antiguidades tecnológicas e encontra ali, entre várias coisas velhas, um artigo curioso: um canário. Logo fica claro que se trata de um canário muito especial. 

    Macedo o leva para seu apartamento e passa estudá-lo dia e noite, sonhando com a glória da descoberta. Mas desvendar esse canário não vai ser nada fácil e vai levar a outras revelações surpreendentes, mostrando que o mundo está dentro de sua mente.

    “Ideias de canário” é, sem dúvidas, mais um encantador conto de Machado de Assis. Para a época em que foi publicado, ano de 1889 no livro Páginas Recolhidas, ele apresenta uma temática atual, sendo um conto que se encaixa perfeitamente em nosso cotidiano.
     

    A sutileza da crítica de Assis aos cientistas e ao mundo fechado em que vivemos é admirável, sem dúvidas é um conto para refletir. Outro fato é que a história é um tanto curta, apesar de carregada de significado, deixando o leitor, ao terminar a leitura, com um quê de “quero mais”.
     

    Trata-se da história de um canário e de um ornitologista. O ornitologista pergunta várias vezes ao pássaro “o que é o mundo?” e recebe diferentes respostas, de acordo com as experiências do canário.

    • Vale a pena acompanhar essa curta e divertida leitura quando puder.
    O conto de Machado de Assis põe questões existenciais no bico do pássaro.
     

    Um professor dedicado a estudar pássaros se espanta quando um canário de repente lhe dirige a palavra. Estaria louco ou teria estudado tanto os bichos empenados que começava a compreendê-los?



    Na história, homem e canário − que viveu a vida inteira numa gaiola −, discutem as muitas visões de mundo possíveis. Afinal, tudo depende de como se vê o mundo à sua volta.

    • Ideias do Canário de Machado de Assis

    Um homem dado a estudos de ornitologia, por nome Macedo, referiu a alguns amigos um caso tão extraordinário que ninguém lhe deu crédito. 

    Alguns chegam a supor que Macedo virou o juízo. Eis aqui o resumo da narração.
     

    No princípio do mês passado, — disse ele, — indo por uma rua, sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de urna loja de belchior. Nem o estrépito do cavalo e do veículo, nem a minha entrada fez levantar o dono do negócio, que cochilava ao fundo, sentado numa cadeira de abrir.
     

    Era um frangalho de homem, barba cor de palha suja, a cabeça enfiada em um gorro esfarrapado, que provavelmente não achara comprador. Não se adivinhava nele nenhuma história, como podiam ter alguns dos objetos que vendia, nem se lhe sentia a tristeza austera e desenganada das vidas que foram vidas.
     

    A loja era escura, atulhada das coisas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pelo, caixilhos, binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dois cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um retrato litografado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou de memória, enchia a loja nas imediações da porta, encostado, pendurado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, havia outras coisas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, perdidos na escuridão.
     

    Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava-lhe estar vazia. Não estava vazia. Dentro pulava um canário.
     

    A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Era o último passageiro de algum naufrágio, que ali foi parar íntegro e alegre como dantes. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima, de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois. Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume. — Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente, não querendo guardar esse companheiro de dono defunto, o deu de graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela?
     

    E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto: — Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo.
     
    Não tive dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo... — Como — interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado.
     
    Então o teu dono não te vendeu a esta casa? Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol?
     
    — Não sei que seja sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes, tanto melhor, porque é bonito, mas estou que confundes.
     
    — Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu dono foi sempre aquele homem que ali está sentado.
     
    — Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no     mundo.
     
    Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as  ideias. A linguagem, posto me entrasse pelo ouvido como de gente, saía do bicho em trilos engraçados. Olhei em volta de mim, para verificar se estava acordado; a rua era a mesma, a loja era a mesma loja escura, triste e úmida. O canário, movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse.
     
    Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço azul e infinito...
     
    — Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito?
     
    — Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que coisa é o mundo?
     
    O mundo, redarguiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira.   

    Nisto acordou o velho, e veio a mim arrastando os pés. Perguntou-me se queria comprar o canário. Indaguei se o adquirira, como o resto dos objetos que vendia, e soube que sim, que o comprara a um barbeiro, acompanhado de uma coleção de navalhas.
     
    — As navalhas estão em muito bom uso, concluiu ele.
     
    — Quero só o canário.
     
    Paguei-lhe o preço, mandei comprar uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame, pintada de branco, e ordenei que a pusessem na varanda da minha casa,     donde o passarinho podia ver o jardim, o repuxo e um pouco do céu azul.
     
    Era meu intuito fazer um longo estudo do fenômeno, sem dizer nada a ninguém, até poder assombrar o século com a minha extraordinária descoberta.
     
    Comecei por alfabeto a língua do canário, por estudar-lhe a estrutura, as relações com a música, os sentimentos estéticos do bicho, as suas ideias e reminiscências.
     
    Feita essa análise filológica e psicológica, entrei propriamente na história dos canários, na origem deles, primeiros séculos, geologia e flora das ilhas Canárias, se ele tinha conhecimento da navegação, etc. Conversávamos longas horas, eu     escrevendo as notas, ele esperando, saltando, trilando.
     
    Não tendo mais família que dois criados, ordenava-lhes que não me interrompessem, ainda por motivo de alguma carta ou telegrama urgente, ou visita de importância. Sabendo ambos das minhas ocupações científicas, acharam natural a ordem, e não suspeitaram que o canário e eu nos entendíamos.
     
    Não é mister dizer que dormia pouco, acordava duas e três vezes por noite, passeava à toa, sentia-me com febre. Afinal tornava ao trabalho, para reler, acrescentar, emendar. Retifiquei mais de uma observação, — ou por havê-la entendido mal, ou porque ele não a tivesse expresso claramente. A definição do mundo foi uma delas.
     
    Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo.
     
    — O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima; o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira.
    Também a linguagem sofreu algumas retificações, e certas conclusões, que  me tinham parecido simples, vi que eram temerárias.
     
    Não podia ainda escrever a memória que havia de mandar ao Museu Nacional, ao Instituto Histórico e às universidades alemãs, não porque faltasse     matéria, mas para acumular primeiro todas as observações e ratificá-las. Nos últimos dias, não saía de casa, não respondia a cartas, não quis saber de amigos nem parentes. Todo eu era canário. De manhã, um dos criados tinha a seu cargo limpar a gaiola e pôr-lhe água e comida. O passarinho não lhe dizia nada, como se soubesse que a esse homem faltava qualquer preparo científico. Também o serviço era o mais sumário do mundo; o criado não era amador de pássaros.
     
    Um sábado amanheci enfermo, a cabeça e a espinha doíam-me.
     

    O médico ordenou absoluto repouso; era excesso de estudo, não devia ler nem pensar, não devia saber sequer o que se passava na cidade e no mundo.
     
    Assim fiquei cinco dias; no sexto levantei-me, e só então soube que o canário, estando o criado a tratar dele, fugira da gaiola. O meu primeiro gesto foi para esganar o criado; a indignação sufocou-me, caí na cadeira, sem voz, tonto. O culpado defendeu-se, jurou que tivera cuidado, o passarinho é que fugira por astuto...
     
    — Mas não o procuraram?
     
    — Procuramos, sim, senhor; a princípio trepou ao telhado, trepei também, ele fugiu, foi para uma árvore, depois escondeu-se não sei onde. Tenho indagado desde ontem, perguntei aos vizinhos, aos chacrareiros, ninguém sabe nada.
     
    Padeci muito; felizmente, a fadiga estava passada, e com algumas horas pude sair à varanda e ao jardim. Nem sombra de canário.
     
    Indaguei, corri, anunciei, e nada. Tinha já recolhido as notas para compor a memória, ainda que truncada e incompleta, quando me sucedeu visitar um amigo, que ocupa uma das mais belas e grandes chácaras dos arrabaldes. Passeávamos nela antes de jantar, quando ouvi trilar esta pergunta:
     
    — Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu? 

    Era o canário; estava no galho de uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos? Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e  gaiola branca e circular...
     
    — Que jardim? Que repuxo?
     
    — O mundo, meu querido.
     
    — Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor.
     

    - O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com o sol por cima.

    Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma loja de belchior... 

    — De belchior? — trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo lojas     de belchior?


           FIM