- Não deixe essa capa melosa te enganar, o livro é mais divertido do que eu pensava.
- Sinopse: (Resenha)
A Trama: Vou admitir que entortei o nariz assim que li com clareza a sinopse do livro e prestei mais atenção na capa. Tudo indicava que seria uma história boba e melosa com velhos clichês, mas logo nas primeiras páginas fui surpreendida pela narração agradável e pelo ritmo calmo e envolvente que me fez aguardar ansiosa pelo clímax. Além disso, todas as vezes que eu criava um final na mente, acontecimentos surpreendentes retiravam todas as chances de o livro ser totalmente previsível.
Há muito tempo, depois de um dia marcante em sua vida, Jena e suas irmãs foram presenteadas com a permissão de visitar o Outro Reino nas luas cheias e conseguiram guardar esse segredo por anos a fio. Porém, ela não foi a única com desejos atendidos. Uma brincadeira de criança, feita no passado, de repente é a razão para o que vem acontecendo na vida das pessoas do pequeno vilarejo na Transilvânia. Jena, considerada a irmã responsável e autoritária, não sabe qual caminho tomar para resolver os problemas, sendo que alguns provém de uma origem mística e desconhecida. Ela luta para manter sua família longe de tudo isso, mas é difícil fazê-lo quando descobre que tudo no mundo real está interligado ao Outro Reino, inclusive amigos que ela acreditava não possuir nenhum segredo escondido.
A Protagonista: Ponderada é a palavra que melhor descreve Jena. Ela não foi o tipo de protagonista que tenta se convencer de algo errado até que, por fim, a "personalidade forte" torna-se pura burrice. Não, Jena é aquela pessoa que analisa todos os pontos antes de tomar uma decisão e tenta estar sempre preparada para qualquer reviravolta. Seu maior defeito, e o que atrapalhou sua felicidade, era seguir cegamente a razão sem deixar seus instintos a guiarem, mas ela conseguiu contornar isso.
Os Personagens Secundários: Personagens muito bem construídos e estruturados sem precisar de aparições forçadas ou diálogos dramáticos, todos foram singelos e cativantes, até os vilões alegraram a leitura!
O sapo Gogu consegue enganar do começo ao fim, e mesmo não pronunciando nenhuma palavra, (ele se comunicava por telepatia sim, sinistro), me fez rir e soltar muitos "AWNs" no final do livro.
César era para ser um vilão que você sente raiva e antipatia ao extremo, mas só depois de muitos atos ignorantes conseguiu me convencer que para sua mente não há salvação, mesmo a autora deixando isso claro desde o início da história. Entretanto, não há como não criar uma pontinha de esperança!
Além das irmãs de Jena, as quais demorei para associar aos nomes, Draguta é uma personagem que aparece pouco, porém achei importante por todos sentirem esperança pela chance de vê-la. Ela é aquela bruxa velha e sábia que possui um senso de humor peculiar. É Draguta quem dá inicio a toda confusão, mas também fornece as soluções, atuando de forma indireta e bem presente. Não posso esquecer de citar os Seres da Noite, como a própria autora diz, são uns vampiros genéricos e o principal deles, Triste, é tão cercado por mistérios e melancolia que não tem como torcer para que seu sofrimento acabe. A melhor parte foi a corda bamba de opiniões sobre ele que a autora nos faz experimentar!
Capa, Diagramação e Escrita: Sim, a capa é bonita, mas sugere uma história muita água com açúcar e fantasiosa, sendo que o livro passa longe disso. Além do mais, não conseguia parar de achar o desenho da protagonista um bocado esquisito pelo corte estranho do vestido e esse pescoço à la Candace do Phineas e Ferb. A diagramação bem que podia ter sido feita com mais capricho, as páginas são brancas demais, não há tanto espaçamento e os capítulos são divididos apenas pelas palavras "Capítulo" e um número. Sabe aquela sensação de ler 100 páginas e no final ver que o marcador quase não de deslocou? Isso é o que melhor descreve o resultado dessa combinação.
Eu adorei a escrita de Juliet! Prática, dinâmica e conquistadora, você se sente mais ligado à história e íntimo dos personagens e a narração em primeira pessoa pelo ponto de vista de uma personagem legal e bem feita só aumenta a empolgação. É como se a autora tivesse pensado não só na história, mas também no melhor modo de contá-la, valorizando bem os detalhes ao mesmo tempo em que nenhuma descrição se tornou maçante.
Concluindo: Tive sim uma má primeira impressão e comecei a leitura com expectativas na marca zero, mas a junção de uma história interessante com personagens animadores me fez fazer as pazes a tempo de apreciar a leitura. Uma dica? Esqueça essa ideia inicial de histórias de fadas, bailes, escolhas de vestidos, príncipes encantados entre outras coisas que o livro parece conter. Super recomendo para quem quer um "livro de transição" entre dois pesados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.