quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Dale Carnegie - Como fazer amigos e influenciar pessoas.

  •  Informação biográfica sobre Dale Carnegie
    Numa fria noite de janeiro de 1935, a despeito do clima, duas      mil e quinhentas pessoas estavam reunidas no grande salão de baile do Hotel Pensilvânia, em Nova York. As 7,30 já não havia mais uma cadeira vazia. As 8 horas ainda entrava gente. 0 espaçoso balcão desde cedo estava literalmente cheio; mesmo para ficar em pé, os lugares eram disputados como prêmios. Centenas de pessoas, depois de um dia cheio de atividades nos negócios, ficaram em pé, durante uma hora e meia, nessa noite. E para que isso? Para assistir a quê?...Um desfile de modas? Uma dessas corridas de bicicletas que duram seis dias ou uma apresentação pessoal de Clark Gable? Nada disso. Toda essa gente havia sido atraída por um  simples anúncio de jornal. Nas duas noites anteriores, quando compraram o New York Sun, depararam com um anúncio de página inteira:     
    • APRENDA A FALAR EFICAZMENTE - PREPARE-SE PARA DIRIGIR    
    Nada de novo? Sim, mas, acreditem ou não, na mais sofisticada terra do mundo, durante o período da crise, com 20%  da sua população recebendo auxílio dos cofres públicos; 2.500  pessoas deixaram seus lares e correram para o Hotel Pensilvânia atendendo ao convite do anúncio. As pessoas que atenderam ao convite eram da mais alta camada econômica - dirigentes, empregadores, profissionais. Mulheres e homens compareceram para ouvir a abertura de um curso ultramoderno e ultra-prático sobre "Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios" - curso  dado pelo Dale Carnegie Institute of Ef fective Speaking and  Human Relations (Instituto Dale Carnegie de Fala Eficaz e Relações Humanas). Por que se achavam lá estes 2.500 homens e mulheres? Porque se tornava mister mais educação devido à crise? Aparentemente não, pois tais cursos já eram dados em casas cheias na cidade de Nova York nos últimos 24 anos. Durante este tempo, mais de 15 mil profissionais e homens de negócios foram treinados por Dale Carnegie. Mesmo as grandes, as céticas e conservadoras organizações como a Westinghouse Electric & Manufacturing Company, McGraw-Hill Publishing Company, Brooklin Union Gas Company, Brooklin Chamber of Commerce, American Institute of Electrical Engineers e a New York Telephone Company tiveram tal treinamento realizado dentro dos seus próprios escritórios em benefício dos seus funcionários e diretores. O que não resta dúvida é que o fato de virem, estes homens, que deixaram as escolas primárias, secundárias e alguns até as superiores, dez ou vinte anos atrás, à procura de tal treinamento, é uma prova evidente das chocantes deficiências do nosso sistema educacional.     
    O que desejam os adultos estudar realmente? Eis uma pergunta de tão grande importância que, para responder a ela, a Universidade de Chicago, a Associação Americana para Educação dos Adultos e as escolas da A.C.M. realizaram um estudo que  durou dois anos.     
    Este estudo revelou que o primeiro interesse de um adulto é a saúde. Também demonstrou que o segundo interesse reside no desenvolvimento de sua habilidade nas relações humanas; os adultos querem aprender a técnica para prosperar e para influenciar pessoas. Não desejam ser tribunos populares; e não querem, sobretudo, ouvir elevadas palestras sobre psicologia. Querem apenas sugestões que possam empregar imediatamente nos contatos comerciais, sociais e no lar. Eis o que adultos desejavam aprender. Não era? "Está bem", disseram os encarregados do estudo. "Se é isso o que eles desejam, nós lhos daremos." Buscando um livro didático que pudesse auxiliar os adultos na solução dos problemas diários no seu convívio humano, viram que tal livro jamais fora escrito. Eis um fato curiosíssimo: 0 grego, o latim e as altas matemáticas têm sido motivo, por centenas de anos, de livros e mais livros - assunto a que a média dos indivíduos não dá sequer dois minutos de atenção. Mas um assunto sobre o qual há sede de aprendizagem, uma verdadeira paixão por orientação e ajuda. Este fato explica facilmente a razão por que 2.500 adultos se comprimiam no grande salão de bailes do Hotel Pensilvânia,       atendendo apenas a um simples anúncio de jornal. Aí, aparentemente, oferecia-se o que há muito eles buscavam. Crentes de que o conhecimento por si só seria o "abre-te sésamo" para as compensações financeiras e profissionais, fatigaram-se, no passado, sobre os livro das diversas escolas que frequentaram. Dentro de poucos anos, porém, o contato rude e atordoante dos negócios deu-lhes a experiência necessária que desfez tal      ilusão. Viram, no contato cotidiano, alguns dos maiores êxitos no campo comercial serem conseguidos por homens que possuíam, além dos conhecimentos, habilidade para falar bem, para convencer os outros do seu modo de pensar e para "vender", eles próprios, as suas ideias.       Cedo descobriram que, para quem aspira a "usar o quepe de comandante" e dirigir a nau dos negócios, - personalidade e habilidade no falar são mais importantes que o conhecimento dos verbos latinos ou um diploma da Harvard.     
    O anúncio do New York Sun prometia que a reunião no Hotel Pensilvânia seria muito interessante. E foi .. Dezoito antigos alunos foram alinhados diante do alto-falante - e a quinze deles foram dados precisamente 75 segundos, a cada um, para que narrassem suas histórias. Passados 75 segundos de conversação o gongo soava e o presidente dizia: "Tempo! Venha o orador seguinte". A reunião teve uma movimentação rápida, assemelhando-se à passagem de uma manada de touros por uma planície. Os espectadores permaneceram durante uma hora e meia atentos aos relatos feitos. Os oradores apresentados constituíam bem uma seção completa da vida comercial americana: um diretor de lojas reunidas      (chain-stores); um padeiro; o presidente de uma Associação Comercial; dois banqueiros; um agente de seguros; um contador; um dentista; um arquiteto; um farmacêutico, que viera de Indianápolis à Nova York somente para seguir o curso; um advogado vindo de Havana com o fito exclusivo de se preparar para fazer um discurso importante em três minutos. O primeiro orador usava o nome irlandês Patrick J. O'Haire. Nasceu na Irlanda, esteve na escola apenas durante quatro anos, emigrou para a América do Norte, onde trabalhou como mecânico e depois como motorista. Aos quarenta anos, sua família foi crescendo e, na mesma proporção, as suas necessidades monetárias; experimentou ser vendedor de caminhões. 
    Sofrendo de terrível complexo de inferioridade que o consumia, em sua própria apreciação, antes de conseguir a coragem necessária para empurrar a porta do escritório onde ia pedir emprego como vendedor, teve que andar para cima e para baixo, no passeio fronteiro, uma meia dúzia de vezes. Estava tão desanimado como vendedor que já pensava em retornar ao trabalho manual numa oficina mecânica, quando recebeu uma carta convidando-o para uma reunião do Instituto Dale Carnegie. Relutou em comparecer. Temia fosse encontrar-se com um grupo de homens que tivessem frequentado escolas superiores. Sentia-se fora do seu meio. Uma frase de sua aflita esposa o teria feito mudar de ideia: "Pat, isso pode trazer-lhe alguma melhora. Deus sabe que você necessita". Finalmente dirigiu-se para o local da reunião e só depois de cinco minutos de hesitação conseguiu a coragem necessária para levá-lo até dentro da sala. As primeiras poucas vezes que tentou falar, ficou completamente aturdido pelo receio. Com as semanas que se passaram, perdeu todo o receio e logo sentiu até prazer quando se apresentava uma oportunidade para falar, mormente se isso acontecia perante uma assistência grande. Foi-se também o seu medo das      pessoas e de seus superiores. Apresentou-lhes suas ideias e em breve estava se destacando dentro do departamento de vendas. Tornou-se um membro da companhia valioso e querido.
    Esta noite no Hotel Pensilvânia, Patrick O'Haire, de pé, na frente de 2.500 pessoas, falou com brilhantismo, conseguindo interessar todo o auditório, misturando sempre um pouco de humorismo que provocou ondas de risos na assistência, enquanto narrava a história de suas dificuldades. Poucos oradores profissionais poderiam igualá-lo. 0 orador que se seguiu, Godfrey Meyer, era um banqueiro de cabeça grisalha e pai de onze filhos. A primeira vez que tentou falar na classe ficou inibido, totalmente mudo. Seu cérebro recusou-se a funcionar. Sua história é uma demonstração cabal de como a direção gravita em torno de um homem que sabe expressar-se bem. Trabalhava em Wall Street e durante vinte e cinco anos morou em Clifton, Nova Jersey. Durante este tempo, nunca tomou      parte ativa nos negócios da sua comunidade e conhecia cerca de 500 pessoas. Pouco depois de matricular-se no Curso Carnegie recebeu aviso para pagamento de imposto. Ficou furioso, pois o julgara absurdo. De ordinário, costumava, ao chegar em casa, sentar-se e fumar, ou então fazer os seus galos brigarem com os dos vizinhos. Mas, em vez disto, nessa noite pôs o chapéu, rumou para uma reunião na cidade e resolveu expandir em público as suas queixas. Depois de ouvirem o seu desabafo de indignação, os cidadãos de Clifton, Nova Jersey, resolveram fazê-lo candidato ao Conselho da Cidade. E assim ele passou semanas, de reunião em reunião, denunciando os gastos e as extravagâncias de sua comunidade. Havia 96 candidatos em campo. Quando os votos foram contados, o nome de Godfrey Meyer estava em primeiro lugar. Numa noite tornara-se uma figura popular entre 42 mil habitantes da municipalidade.       Como resultado de seus discursos, fizera oitenta vezes mais amigos em seis semanas do que havia conseguido nos 25 anos anteriores. E o seu salário como conselheiro significava que conseguira um retorno de mil por cento ao ano sobre seus investimentos no curso de Carnegie. 0 chefe de uma grande Associação Nacional de Fabricantes de Alimentos foi o terceiro orador. Descreveu as suas dificuldades cada vez que era obrigado a levantar-se diante do Conselho de Diretores da organização e expor suas ideias durante uma reunião. Como resultado de haver aprendido a pensar por si mesmo, aconteceram duas coisas surpreendentes. Foi logo escolhido presidente da Associação e, neste mister, obrigado a discursar em reuniões que se realizaram por toda parte dos Estados Unidos. Trechos de seus discursos foram irradiados pela Associated Press e publicados nos jornais e revistas comerciais do pais. Em dois anos, depois de aprender a expressar-se, conseguiu mais publicidade gratuita para sua companhia e seus produtos do que quando gastava mais de um quarto de milhão de dólares em anúncios. 0 orador confessou que, por vezes, antigamente, tinha receio de telefonar para alguns dos mais importantes comerciantes em Manhattan e convidá-los para almoçar consigo. Mas, devido ao prestígio que os discursos lhe deram, hoje estes homens telefonam convidando-o para almoçar e pedem desculpas por estarem tomando o seu tempo.     
    A facilidade de expressão é meio caminho andado para a distinção. Põe o indivíduo em foco, eleva seus ombros e sua cabeça acima da multidão. E o homem que sabe falar bem consegue, em geral, ainda mais crédito do que realmente possui.     
    Um movimento pró-educação dos adultos invadia toda a nação; e a força mais espetacular naquele movimento foi Dale Carnegie, o homem que no mundo ouviu e criticou discursos de adultos mais que outro qualquer. Segundo Ripley, numa de suas caricaturas sobre coisas incríveis (Believe-it-or-not), Carnegie criticou 150 mil discursos. Se este número gigantesco não lhe causa grande impressão lembre-se de que significa um discurso      para cada dia desde que Colombo descobriu a América, ou,       esclarecendo com outras palavras, se cada homem que falou diante de Carnegie gastou apenas três minutos e se a apresentação dos oradores se fez sem interrupção, Dale Carnegie terá levado um ano 'inteiro, noite e dia, escutando discursos de adultos.
    A própria vida de Dale Carnegie, cheia de profundos contrastes, foi um edificante exemplo do quanto pode um homem conseguir quando está obcecado por uma ideia original e luta com entusiasmo. Nascido numa fazenda de Missuri, distante dez milhas da estrada de ferro, até os doze anos de idade nunca vira um bonde; aos 46 anos, porém, tornaram -se para ele familiares os mais longínquos recantos da Terra, de Hong-Kong a Hammerfest; e, certa vez, esteve mais próximo do Polo Norte do que os postos do Almirante Byrd, na Pequena América, do Polo Sul. Este rapaz de Missuri que apanhava morangos e catava mariscos por cinco centavos a hora, percebe agora um dólar em cada minuto que dá de treinamento aos diretores das grandes corporações, na arte de expressar-se. Este rapaz que joi "cowboy" e que certa feita tangeu o gado, amansou bezerros e saltou cercas na ocidental Dacota do Sul, mais tarde foi a Londres e teve sob suas ordens todas as apresentações de Sua Alteza Real o Príncipe de Gales... Este jovem, que foi um completo fracasso na primeira meia dúzia de vezes que tentou falar em público, tornou-se mais tarde meu gerente pessoal... Grande parte de meus sucessos devo aos ensinamentos de Dale Carnegie.
    Carnegie teve de enfrentar séria luta para educar-se, pois a má sorte que sempre batia às portas da velha fazenda do Missuri, obrigando a mudanças inesperadas, tudo dificultava. Todos os anos, o rio "102" crescia, destruindo o milho e levando o feno. Inverno após inverno os porcos, já gordos, adoeciam e morriam vítimas da cólera, os preços caíam no mercado para bovinos e muares, e o banco ameaçava executar a hipoteca. Vencida pelo desânimo, a família vendeu a fazenda e comprou outra perto do Teacher's College do Estado, em War-rensburg, Missuri. Casa e comida podiam ser conseguidas na cidade por um dólar diário; mas o jovem Carnegie nem disto podia dispor. Assim continuou na fazenda e diariamente vencia à cavalo as três milhas de distância para vir ao colégio. Em casa ordenhava as vacas, rachava lenha, dava alimento aos porcos e estudava verbos latinos à luz de um candeeiro de querosene até que os olhos ficassem congestos e começava a cochilar. Quando ia deitar-se à meia-noite, colocava o despertador para as três da madrugada... Seu pai criava porcos de raça Duroc-Jersey - e era perigoso, durante as noites mais frias do inverno, deixar que os porquinhos mais novos se resfriassem, pois morreriam todos; por isso eram postos numa cesta, cobertos com um saco grosso e colocados perto do fogão. Fiéis à sua natureza, os porquinhos exigiam uma refeição às três horas da manhã. Assim, quando o despertador tocava, Dale Carnegie enfiava os chinelos e, rápido, tomava a cesta e a levava para a mãe dos porquinhos, que já a esperava. Depois, novamente, trazia-os para se aquecerem junto ao fogo. Havia no Teacher's College 600 estudantes, e Dale Carnegie fazia parte da meia dúzia que não podia morar na cidade. Sentiu-se diminuído pela sua pobreza que o obrigava a voltar todos os dias para a fazenda, a fim de ordenhar as vacas. Envergonhava-se do seu casaco que era apertadíssimo, e das suas calças muito curtas. Um complexo de inferioridade ia rapidamente tomando conta de si, quando resolveu buscar um meio qualquer que o conduzisse à distinção. Descobriu com facilidade a existência no colégio de grupos que se destacavam, desfrutando prestígio e influência - os jogadores de futebol e beisebol e os que venciam os concursos de debates e de oratória. Reconhecendo que não tinha queda para os esportes, decidiu esforçar-se para vencer nos concursos de oratória. Levou meses preparando seus discursos. Praticou quando, sentado na sela, galopava na ida e volta para o colégio; praticou o modo de se expressar até mesmo quando tirava leite; quando removia um      fardo de feno no celeiro, falava com ênfase e largueza de gesto, para os pombos assustados, acerca dos temas do dia. Mas, apesar de toda sua dedicação e preparo, Carnegie experimentou derrotas sobre derrotas.       Tinha nessa época 18 anos e era sensível e orgulhoso. Tornou-se tão desanimado, tão deprimido que chegou a pensar mesmo no suicídio. E então, repentinamente, começou a vencer. Não um concurso, mas todos      os concursos que se realizaram no colégio. Outros estudantes pediram-lhe que os treinasse; e venceram também. Antes de graduar-se pelo Teacher's College iniciou a venda de cursos por correspondência para os rancheiros dos morros arenosos do ocidente de Nebrasca e do Wyoming oriental.       Apesar de todo o seu entusiasmo e energia sem limites não pôde graduar-se. 0 desânimo o invadiu de tal modo que foi para um quarto de hotel em Aliança, Nebrasca: ao meio-dia, atirou-se na cama e chorou desesperadamente. Desejou ardentemente voltar para o colégio, desejou ardentemente retirar-se da luta da vida; mas não pôde. Resolveu, então, seguir para Omaha do Sul, e procurar outro emprego. Não tendo dinheiro suficiente para comprar uma passagem, viajou num trem de carga, servindo alimento e água em dois carros de cavalos bravios em troca da licença para viajar. Saltando em Omaha do Sul conseguiu um emprego de vendedor de bacon, toucinho e sabão para a Armour and Company. Sua zona de ação foi escolhida entre as "Bad Lands" e os campos dos índios e das vacas, na parte ocidental de Dacota do Sul. Percorria tal zona em trens de carga, em diligências, montando a cavalo, dormindo nos mais rudimentares hotéis, onde a única separação existente entre os quartos era um lençol de musselina. Estudou livros sobre vendas, montou em poltros bravos, jogou pôquer com brancos renegados (casados com índias) e aprendeu como ganhar dinheiro. Quando o proprietário de uma venda não podia pagar em dinheiro a importância do toucinho e dos sabões, entregava uma dúzia de pares de sapatos a Dale Carnegie, que os vendia aos empregados da estrada de ferro e assim conseguia aumentar os pedidos da Armour and Company. Muitas vezes viajou nos trens de carga centenas de milhas por dia. Quando o trem parava para descarregar, corria até a cidade, procurava três ou quatro fregueses e tomava seus pedidos; quando a locomotiva apitava vinha às pressas ruas abaixo outra vez, ligeiro como um raio, até a estação, onde tomava o trem já em movimento. Dentro de dois anos conseguiu elevar um território improdutivo, que se achava no 52.° lugar, à primeira linha entre as 29 rotas que constituíam o campo comercial Omaha do Sul.
    A Armour and Company resolveu oferecer-lhe uma promoção, dizendo-lhe: "0 senhor conseguiu o que nos parecia impossível". Dale recusou a promoção, ainda mais, demitiu-se e veio para Nova York estudar na Academia Americana de Artes Dramáticas, realizando uma "tournée" pelo país, representando o papel do Dr. Hartley na peça Polly of the Circus. Não seria nunca um Booth ou um Barrymore. Teve o bom      senso suficiente para reconhecer isto. Assim, voltou novamente ao trabalho de vendas. Conseguiu um lugar na distribuição de automóveis da Packard Motor Car Company. Não conhecia coisa alguma sobre máquinas, pois nunca havia lidado com elas. Sentindo-se terrivelmente desambientado, teve que se disciplinar para a sua missão de todos os dias.     
    Aspirava a ter tempo para estudar, para escrever o livro com que sonhara no colégio. Resolveu demitir-se... Passaria os dias escrevendo novelas e contos e sustentar-se-ia ensinando numa escola noturna. Ensinar o quê? Quando olhou para trás e avaliou o trabalho colegial, viu que seu treino no expressar-se em público lhe dera muito mais confiança, coragem, equilíbrio e habilidade para lidar com as pessoas no comércio do que      todos os cursos juntos recebidos na sua vida escolar. Assim, dirigiu-se as escolas da A.C.M., em Nova York, pedindo uma oportunidade para dirigir cursos, na arte de expressar-se, destinados a homens de negócios.       Quê? Transformar negociantes em oradores? Absurdo. Eles sabiam. Haviam tentado tais cursos e os mesmos constituíam      verdadeiros fracassos. Não quiseram pagar-lhe o salário de dois dólares por noite. Concordou em ministrar os cursos na base de comissões, tirando uma porcentagem dos lucros - se houvesse lucros, é claro. E dentro de três anos estavam pagando a Dale Carnegie na base de trinta dólares por noite -- em vez de dois dólares, como pretendera. 0 curso aumentou. Outras escolas da mesma organização, em cidades diferentes, tiveram notícias do acontecimento. Dale Carnegie logo se tornou o itinerante glorificado de um circuito, atendendo Nova York, Filadélfia, Baltimore e, mais tarde,       Londres e Paris. Todos os livros didáticos eram muito acadêmicos e muito pouco práticos para os comerciantes que enchiam os seus cursos. Isso não o intimidou. Sentou-se, escreveu um livro intitulado "Public Speaking and Influencing Men in Business", hoje o livro oficial em todas as escolas da A.C.M., bem como nas da Associação de Banqueiros Americanos e da Nacional Credit Men's Association. Dale Carnegie assegurava que qualquer homem pode falar quando está irritado. Afirmava que, se desferirem um golpe no queixo do homem mais ignorante da cidade e e jogarem-no no chão, ele se levantará e falará com uma eloquência, um ardor e uma ênfase que só seria igualada por William Jennings Bryan, nos seus dias áureos. Assegurava que quase todo homem pode falar em público, aceitavelmente, se confiasse em si mesmo e tivesse uma ideia fervendo-lhe o cérebro.     
    0 caminho para conseguir a autoconfiança, disse ele, é fazer as coisas que teme realizar e tomar nota das experiências coroadas de êxito, que vão ficando atrás. Assim, obrigava todos os estudantes a falar em cada aula do seu curso. A assistência é simpática. Todos são do mesmo barco, e, pela prática constante, desenvolvem a coragem, a confiança e entusiasmo que os levam a não sentir mudança nenhuma quando têm de falar nas reuniões sociais. Dale Carnegie mostrar-lhe-ia que tinha vivido todos estes anos, não a ensinar às pessoas a arte de se expressar - acontecimento meramente acidental, - mas sim que sua missão tinha sido ajudar homens a vencer seus receios e desenvolver a coragem. A principio apenas dirigia cursos para expressão em público, mas os estudantes que vieram eram comerciantes. Muitos deles não viam o interior de uma escola havia mais de trinta anos. Outros pagavam todas as suas mensalidades no momento da inscrição. Queriam resultados. E queriam rapidamente resultados que pudessem aplicar no dia seguinte nos encontros comerciais ou diante de outros grupos. Deste modo, foi forçado a ser rápido e prático. Consequentemente, desenvolveu um sistema de treinamento que é único - uma admirável combinação de facilidade de expressão, vendas, relações humanas e psicologia aplicada. Um escravo das regras que não são rápidas e difíceis, desenvolveu um curso que marca como o sarampo e duas vezes mais interessante que qualquer outro. Quando as classes terminavam, os homens costumavam formar clubes e continuavam a reunir-se quinzenalmente durante anos seguidos. Em Filadélfia um grupo de homens reunia-se duas vezes por semana durante o inverno, isto há 17 anos. Havia outros que dirigindo os seus carros percorriam 50 a 100 milhas para frequentar os seus cursos. Havia um estudante que vinha semanalmente de Chicago a Nova York. 0 Prof. William James, de Harvard, costumava dizer que o homem médio desenvolve apenas dez por cento da sua habilidade mental latente. Dale Carnegie, ajudando homens e mulheres de negócios a desenvolver suas possibilidades latentes, criou um dos mais significativos movimentos na educação dos adultos. 
    •  E-BOOK - COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS 
    • (Dale Canegie)
    http://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2015/09/e-books-como-fazer-amigos-e-influenciar.html

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário

    Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.