quinta-feira, 17 de novembro de 2016

E-BOOKS - Marcel Proust - Em Busca do Tempo Perdido...

  • Marcel Proust
1. Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust foi um importante escritor e poeta francês (1871-1922). Marcel Proust nasceu numa família rica ( pai médico e mãe família de banqueiros).
 
    

2. Obras: Publicou várias traduções do crítico de arte inglesa John Ruskin (1819-1900). Paralelamente a artigos que relatam a vida mundana publicados nos grandes jornais (entre os quais Le Figaro), escreveu “Jean Santeuil”, uma grande novela deixada incompleta, e publicou “Os Prazeres e os Dias” (Les Plaisirs et les Jours), uma reunião de contos e poemas.
    

3. Em busca do tempo perdido é a obra prima de Proust “O Caminho de Swann”( 1913) é o primeiro de 7 volumes que compõem a obra de Proust : Este volume teve publicação custeada por Proust e é dividido em três partes: - Combray - Um Amor de Swann -Nomes de Lugares: o Nome
    

4. Demais volumes: § 2-À sombra das moças em flor-1919 (PrêmioGoncourt) § 3-O caminho de Guermantesem -1920 e 1921 § 4-Sodoma e Gomorra-1921-1922 § 5-A prisioneira-1923 § 6-A fugitiva- 1927 Publicados postumamente. § 7-O tempo recuperado- 1927
    

5. No volume 1 o narrador introduz o leitor no seu universo literário a partir de rememorações da infância e da história de amor e ciúme de Swann por Odette.
    

6. Por que o nome “No caminho de Swann”? Tendo como ponto de partida a cidade de Combray nos deparamos com dois caminhos opostos: o Caminho de Swann e o Caminho de Guermantes.
    

7. “... Pois havia na vizinhança de Combray dois “lados” para os passeios, e tão opostos que não saíamos com efeito pelo mesmo portão quando queríamos ir para um lado ou para o outro: o lado de Méséglise-la-Vineuse também chamado do lado de Swann, porque passava pela propriedade do Sr. Swann quando íamos para aquelas bandas, e o lado de Guermantes...”(p.68)
    

8. Estes caminhos não são somente opostos no sentido geográfico, mas também no tocante aos personagens que os habitam. Os Guermantes são os nobres da região e com costumes muito diferentes dos demais, já os Swann têm uma maior importância na vida do protagonista.
    

9. Na primeira parte: Combray Ele nos apresenta memórias de lugares, pessoas e fatos que fizeram parte de sua vida durante a infância e no começo de sua adolescência.
    

10. Maison de Tante Léonie - Musée Marcel Proust Ele nos descreve a cidade de Combray (uma região da França), onde passava as férias, seus familiares e pessoas que pertenciam ao convívio social da família na época. Também é evidente o apego (dependência) que ele tinha em relação a sua mãe.
    

11. O personagem principal é o próprio Marcel Proust que começa a recordar a sua infância, o tempo em que ele passava as férias na casa de sua avó e de outros parentes em Combray. As recordações começam através de um episódio interessante:
    

12. Neste episódio ele narra que ao tomar chá com “madelaine” (bolinho francês), e ao molhar o bolinho na xícara vêm a sua mente vários lembranças da infância, principalmente quando sua tia fazia o mesmo gesto. É neste instante que começa a jornada do protagonista “Em Busca do Tempo Perdido”, seu tempo perdido.
    

13. Durante a narrativa percebemos o autor em diálogo com o leitor. É um texto em primeira pessoa, o que nos reserva uma visão unilateral da história. Apesar da unilateralidade, a forma como Marcel Proust descreve coisas comuns é singular. Ele consegue colocar poesia em situações e objetos tão comuns que passam desapercebido no dia-a-dia.
    

14. “... A imobilidade das coisas que nos cercam talvez lhes seja imposta por nossa certeza de que essas coisas são elas mesmas e não outras, pela imobilidade de nossos pensamento perante elas...”(p.10) “...passava um ramo florido pela janela entreaberta. Destinada a um uso mais especial e mais vulgar, aquela peça, de onde se tinha vista, até o terreão de Roussainvile-le-Pin, serviu-me, muito tempo de refúgio, sem dúvida por ser a única que me era permitido fechar à chave, para todas as minhas ocupações que demandavam uma inviolável solidão: a leitura, a cisma, as lágrimas e a voluptuosidade.”(p.15)
    

15. “De súbito a lembrança me apareceu. Aquele gosto era do pedaço de madeleine que aos domingos de manhã em Combray (pois nos domingos eu não saía antes da hora da missa) minha tia Léonie me oferecia, depois de ter mergulhado em seu chá da Índia ou da Tília, quando ia cumprimentá-la em seu quarto.”(p.28)
    

16. A memória involuntária de Proust § Trata-se da memória que se apossa do indivíduo arbitrariamente e que permite um processo de reconstrução do passado no presente § O passado é sempre uma elaboração do presente. § Sensorialidade: gatilho que aciona a memória. “...as reminiscência são preservadas no olfato...”(Benjamin – p.48) Walter Benjamim vê em Proust o maior escritor de sua época. O literato que conseguiu fazer do século XIX um século para os memorialistas
    

17. Fragmentação da memória A linguagem é muito sutil e descritiva, como o autor narra suas lembranças, é uma visão subjetiva, não do real, mas a visão de uma memória do passado fragmentada, não uma memória contínua. Pode-se dizer que é uma memória involuntária, por isso é descrita de forma fragmentada, formando uma nova realidade.
    

18. A linguagem de Proust A grande questão deste romance é a linguagem, a forma como Proust conta a história, quando lemos temos a sensação de estarmos olhando para um quadro que nos transmite uma grande nostalgia, como dizia Renato Russo: “Saudades do que ainda não vi” e do tempo que vivi. “Sua sintaxe imita o ritmo de suas crises de asfixia.”(p.48)
    

19. “... Proust não descreveu e sua obra uma vida como ela de fato foi, e sim uma vida lembrada por quem a viveu...”(p.37) “... O importante para o autor que rememora não é o que ele viveu, mas o tecido de sua rememoração, o trabalho de Penélope da reminiscência.” (p.37) “... A lei do esquecimento...” (p.37)
    

20. A infância Desejo de Felicidade O mundo dos sonhos “... as crianças não se cansam de transformar, com um só gesto, a bolsa e o que está dentro dela numa terceira coisa – a meia,...” (p.39)
    

21. Temas em Proust § Aristocracia § Preconceitos § Memória § Família § Fuga em direção ao passado § Ética sexual
    

22. O amor pelos livros A observação como laboratório A mãe A homossexualidade Reclusão A doença Tempo entrecruzado – “...seu verdadeiro interesse é consagrado ao fluxo do tempo sob sua forma mais real, e por isso mesmo mais entrecruzada, que se manifesta com clareza na reminiscência e no envelhecimento.” (p.45)
    

23. “... A tagarelice incomensuravelmente ruidosa e vazia que ecoa nos romances de Proust é o rugido com que a sociedade se precipita no abismo dessa solidão.” (p.46)
    

24. Sempre presente e sempre atual
    

25. Proust fala do próprio estilo: “O estilo não é de maneira alguma um enfeite como creem certas pessoas, não é sequer uma questão de técnica, é – como a cor para os pintores – uma qualidade da visão, a revelação do universo particular que cada um de nós vê, e que não veem os outros. O prazer que nos dá um artista é de nos fazer conhecer um universo a mais.” (Entrevista com Marcel Proust publicada no jornal LeTemps, em 14 de novembro de 1913)
    

26. André Gide fala sobre Proust “Que livros curiosos! Penetramos neles como em uma floresta encantada; desde as primeiras páginas nos perdemos, e ficamos felizes de nos perder; logo não sabemos mais por onde entramos nem a que distância nos encontramos da margem; em alguns momentos, parece que caminhamos sem avançar, e, em outros, que avançamos sem caminhar, vamos olhando tudo de passagem; não sabemos mais onde estamos, para onde vamos.” (André Gide, À propos de Marcel Proust, in Incidences, Paris, Gallimard, 1948.) Escritor francês, ganhador do Nobel de Literatura de 1947.
    

27. Frases de Proust “Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos é sonhar mais.” “Mais vale sonharmos a nossa vida do que vivê-la, embora vivê-la seja também sonhar.” “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor robustece o espírito.” “Os dados reais da vida não têm valor para o artista, são unicamente um ensejo para manifestar o seu gênio.” “A realidade apenas se forma na memória; as flores que hoje me mostram pela primeira vez não me parecem verdadeiras flores.” “O que censuro aos jornais é fazer-nos prestar atenção todos os dias a coisas insignificantes, ao passo que nós lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais.”
  • Sinopse da obra:
“Em busca do tempo perdido” narra a vida de Marcel — o protagonista, cujo nome só é citado duas vezes no romance — em seu percurso para se tornar escritor. Ao longo da história, Proust apresenta reflexões sobre o amor, a arte, a passagem do tempo, a homossexualidade. Uma de suas ideias mais originais, porém, é a distinção entre memória voluntária e involuntária. Para Proust, não é possível acessar o próprio passado por meio da inteligência. Só a memória involuntária, disparada por algum elemento, é capaz de recuperá-lo. Daí a cena clássica da madeleine. Ao mergulhar o doce numa xícara de chá e prová-lo, o protagonista relembra toda a sua infância na cidade fictícia de Combray.
 

— O romance tem uma energia rejuvenescedora. Proust nos revela muito sobre a experiência humana. Apesar de ter 100 anos, é uma obra muito moderna. Quem lê sempre reconhece, nos personagens, pessoas do seu convívio ou a si mesmo — diz William C. Carter, autor de “Marcel Proust — A life”, definido pelo crítico literário Harold Bloom como o “biógrafo definitivo” do escritor francês.
 

O biógrafo lembra que Proust nunca precisou trabalhar, porque vinha de família rica: seu pai era professor universitário, e a família de sua mãe era de banqueiros. Depois da morte dos pais, acometido pela asma, Proust se trancou no apartamento da família, onde escreveu o grande clássico. As paredes eram cobertas de cortiça, para evitar a propagação de ruídos.
 

A fama de “obra difícil”, como lembra a escritora Lydia Davis, vencedora do Man Booker International deste ano e tradutora de “No caminho de Swann” (leia entrevista ao lado), explica a relutância de alguns leitores em embarcar em Proust. Um dos motivos vem do fato de ele ter escrito períodos longos, embora a fama nem sempre seja justificada. Em 1975, no livro “La phrase de Proust”, o crítico Jean Milly investigou a musicalidade da frase proustiana, apontando ritmos, aliterações, número de sílabas métricas etc. E também contou as frases de “No caminho de Swann”, descobrindo que quase 40% delas são curtas, ocupando de uma a cinco linhas. Menos de um quarto têm dez linhas ou mais. Em “A prisioneira”, porém, como diz Étienne Brunet em “Le vocabulaire de Proust” (1983), há um período com 400 palavras — o equivalente a quatro metros de comprimento, se alinhadas.
 

— O problema de Proust, para muitas outras pessoas, não é o tamanho dos períodos, mas a sintaxe, a mudança constante de direção da frase. Cada vez que ela muda, você deixa um pensamento em suspenso, o que exige concentração. Esse exercício de pensamento se tornou incompatível com a fragmentação do século XXI — diz o filósofo e ensaísta Francisco Bosco, também colunista do GLOBO, que tentou ler os livros três vezes antes de engatar na leitura.
 

As editoras que Proust procurou em 1913 também acharam difícil. Quatro recusaram o original e entraram para a lista folclórica dos editores que não perceberam o valor de um clássico. Ao primeiro deles, Proust propôs um livro em dois volumes: “O tempo perdido” (depois rebatizado de “No caminho de Swann”) e “O tempo reencontrado”. Ambos receberiam o título de “As intermitências do coração”. Depois, o escritor procurou a Nouvelle Revue Française (NRF) — hoje Gallimard. Deu na mesma. André Gide, um dos editores, diz na carta que vai a leilão que a rejeição seria um dos seus “mais amargos arrependimentos”. Proust só conseguiu publicar na quinta editora (Grasset) — e, mesmo assim, só depois de bancar a impressão e prometer dividir o lucro das vendas.
  • Revisão obsessiva
Para além da curiosidade, o episódio ajuda a lembrar que Proust escreveu o primeiro e o último volumes antes. Só depois foi incluindo os demais. Ele reescrevia e anotava sobre seus originais obsessivamente. Deixou 75 cadernos, que um grupo de pesquisadores franceses, japoneses e brasileiros se esforça, há dez anos, para transcrever e publicar. Prova de que “Em busca do tempo perdido” é uma obra inacabada. Ninguém sabe o que Proust teria mudado se estivesse vivo quando os três últimos volumes (“A prisioneira”, “A fugitiva” e “O tempo redescoberto”) foram publicados, respectivamente em 1923, 1925 e 1927.
 

Não à toa, na década de 1970 os sete romances foram revistos, a partir de manuscritos do escritor, que comparava seu ciclo de romances a uma catedral gótica, erguida até os céus. Diante dessas mudanças, a Globo Livros precisou reeditar a obra — com base na edição de 1970. A tradução de “No caminho de Swann”, por exemplo, era de 1948, antes de a edição definitiva ser estabelecida na França. Para realizar o trabalho, foi chamado Guilherme Ignácio da Silva, o primeiro brasileiro a transcrever um dos cadernos de Proust, em 1998.
 

— Uma das melhores dicas para quem quer ler o livro vem de André Gide, que aconselha a leitura em voz alta. Na faculdade, fazemos exercícios de leitura em voz alta do original e na tradução brasileira — diz Da Silva, que também é professor de língua e literatura francesas na Unifesp.
 

Que a “Recherche”, como dizem os franceses, ainda seja discutida, é prova de um dos pensamentos de Proust. Só pela imaginação e pela lembrança o passado ganha significado. Para ele, que morreu em 1922, aos 51 anos, ao recriar a realidade por meio de sua visão particular, o artista consegue vencer o tempo.
  • Proust em outras mídias
QUADRINHOS: A editora Zahar publicou no Brasil uma adaptação de “Em busca...”, também em sete volumes, feita pelo artista Stéphane Heut. Os quadrinhos foram elogiados na França como uma boa introdução à obra do escritor. Já a L&PM prepara, para junho de 2014, uma adaptação em mangá da obra de Proust.
 

ANIMAÇÃO: Absorvido pela cultura pop, Proust virou referência até no desenho “Ratatouille”, da Pixar. A cena em que o crítico de gastronomia prova a comida e se lembra da infância é uma referência direta à passagem da madeleine. 

CINEMA: Em 1984, Volker Schlondörff filmou “Um amor de Swann”, trecho do primeiro volume. Raúl Ruiz, em 1999, adaptou “O tempo redescoberto”, com Catherine Deneuve e Marcello Mazzarella (foto). Em 2000, a belga Chantal Akerman filmou o sexto livro, “A fugitiva”. (oglobo.globo.com)

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